A perda temporária do olfato é um dos sintomas e sequelas mais frequentes em pacientes com o Coronavírus. A perda da capacidade de sentir cheiros pode durar por semanas ou meses, e sendo assim, muitos pacientes infectados com o vírus, relataram a falta de olfato durante e até mesmo após o diagnóstico de cura da Covid-19, conforme revela a médica otorrinolaringologista do Hospital Dia do Pulmão, centro de referência na área respiratória de Blumenau, Santa Catarina, Dra. Mariana Schmidt Kreibich Faccin. “Para ajudar os pacientes que, por conta do Coronavírus tiveram o seu sistema olfativo afetado, existem técnicas de treinamento caseiro com aromas e essências para recuperar este sentido”, diz.
Treinamento olfativo caseiro
A médica explica que o método é feito a partir da inalação de aromas e essências como, café, cravo, mel, vinagre de vinho tinto, pasta de dente de menta, essência de baunilha e suco de tangerina, de tipo concentrado. “O paciente precisa cheirar uma pequena porção de cada um dos odores, sendo necessários pelo menos quatro deles, por 10 segundos, com um intervalo de 15 segundos entre eles, duas vezes ao dia, durante três meses, ou mais tempo, se necessário”, indica a otorrinolaringologista.
Dra. Mariana aponta que o treinamento tem o objetivo de aguçar o olfato, fazendo o organismo recuperar a sensação e a memória de tal aroma. “O nosso cérebro recebe as informações olfativas por meio de uma estrutura chamada de bulbo olfatório, sistema essencial para o funcionamento do nosso olfato. Depois, essa informação chega a diferentes áreas do cérebro como a que é responsável pelas emoções, bem como a que entende qual o aroma que está sendo inalado, e por último a emocional, fazendo o corpo lembrar de tal aroma em algum momento de sua vida”, esclarece.
Por fim, a especialista alerta sobre a importância de procurar a ajuda de um médico, caso a pessoa tenha dificuldade de sentir cheiros, devido à Covid-19. “Além disso, o paciente precisa realizar o treinamento corretamente, se concentrando no odor estimulado. Assim, o cérebro buscará as lembranças, facilitando a regeneração das células”, conclui.