Mais perigoso do que o cigarro

Narguilé

No Brasil, mais de 300 mil pessoas fumam Narguilé, popularmente conhecido por Shisha, de acordo com a Pesquisa Especial sobre Tabagismo, realizada em 2008 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Do total, 40% têm entre 15 e 24 anos.

O instrumento de origem oriental que queima tabaco com diversos aromas e pode ser fumado por várias pessoas num mesmo cachimbo, conquistou os jovens e é visto e aceito em bares, praças e baladas. Mas, apesar de muitos acreditarem ser um tipo de fumo inofensivo, o Narguilé é altamente nocivo e 450 vezes mais perigoso do que o cigarro.

De acordo com Inca, o Narguilé ganhou como adepto os mais jovens, que estão cada vez mais buscando outros derivados de tabaco, além do cigarro. A facilidade de acesso ao produto, que não possui nenhuma fiscalização, assim como a variedade de sabores dos aromatizantes são fatores que atraem esse público para o fumo coletivo com o instrumento.

Uma pesquisa de 2009, Vigilância de Tabagismo em Escolares, do Ministério da Saúde, revela que o Narguilé é consumido por adolescentes escolares de 13 a 15 anos. Já a pesquisa feita pelo Inca em 2011, Perfil do Tabagismo entre Estudantes Universitários no Brasil, aponta que de 60 a 80% dos estudantes de algumas capitais brasileiras fazem uso com frequência do tipo de fumo.

Com a finalidade de alertar os jovens sobre os malefícios do Narguilé, diversas campanhas têm surgido nos últimos tempos pelo Inca e Ministério da Saúde. Para o pneumologista e diretor técnico do Hospital Dia do Pulmão, Dr. Mauro Sérgio Kreibich, é fundamental que as pessoas tenham conhecimento sobre as substâncias que inalam com Narguilé e a respeito dos riscos causados. “Ainda é muito comum acreditar que o narguilé não afeta o organismo, por isso que há tantos adolescentes e de pouca idade consumidores deste derivado de tabaco”, explica.

Danos

O tabaco usado no Narguilé possui as mesmas 4.720 substâncias tóxicas contidas no cigarro convencional. Mas, na verdade, seu uso é mais prejudicial do que o de cigarros. Segundo a Organização Mundial da Saúde (2005), uma sessão de Narguilé dura em média de 20 a 80 minutos, o que corresponde à exposição a todos os componentes tóxicos presentes na fumaça de 100 cigarros. Ocorre também maior exposição a metais pesados, altamente tóxicos e de difícil eliminação, como o cádmio.

O pneumologista destaca ainda que os riscos do uso do Narguilé não estão somente relacionados ao tabaco, mas também a doenças infecto contagiosas devido ao compartilhamento bocal entre os usuários, podendo resultar na transmissão de doenças como herpes, hepatite C e até tuberculose.

Outras lesões ocasionadas pelo consumo de narguilé são:

Boca: retração da gengiva; mau hálito; manchas escuras; inflamação crônica.
Cérebro: sonolência ou insônia; ansiedade; inquietação; dependência química e psicológica.
Pulmões: diminuição da capacidade respiratória; lesões nas vias respiratórias; inflamação dos brônquios, lesões nos alvéolos.
Sistema digestivo: gastrite; úlceras; náusea; constipação intestinal.
Sistema reprodutor: impotência e perda de libido; infertilidade masculina; má-formação fetal durante a gestação.

Atendimento

Dr. Kreibich orienta que o Narguilé ou Shisha propicia dependência à nicotina e a avaliação médica, tanto para parar de fumar, quanto para quem possui os sintomas causados pelo consumo de narguilé, é fundamental. O Hospital Dia do Pulmão, em Blumenau, por exemplo, disponibiliza gratuitamente aos o Programa de Apoio ao Abandono do Tabagismo (Proaat), com encontro semanais entre os fumantes que desejam parar de fumar e com acompanhamento com especialistas. Além disso, a unidade hospitalar é uma das 12 instituições no Brasil certificadas pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) em Laboratório de Função Pulmonar e possui ampla estrutura com atendimento especializado para problemas respiratórios.

via Presse Comunicação Empresarial