Por Larissa Link, psicóloga | OBlumenauense
A morte é um assunto que ainda é um tabu na nossa sociedade, temos certeza de que um dia ela irá ocorrer, mas preferimos não falar sobre isso. Perder uma pessoa querida é uma das situações mais difíceis que podemos enfrentar, mas precisamos expor os sentimentos que estão nos prejudicando neste momento.
O luto deve ser vivenciado e para isso precisamos encontrar estratégias para diminuir a dor e isso é uma tarefa individual pois cada pessoa deverá encontrar maneiras de amenizar os sintomas. Algumas pessoas iniciam atividade física, outras começam um curso ou participam de grupos. Cada pessoa é única e esta é uma tarefa muito particular.
É importante enfatizar que o enlutado precisa falar sobre a perda e chorar, para não gerar emoções reprimidas e ocasionar algum transtorno mental futuro como a ansiedade e depressão. Portanto, a solução mais simples é chorar, isso mesmo, chore sem medo e fale sobre o que está sentindo. O luto provavelmente será o seu assunto por algum tempo, porém não tem problema, esta fase precisa ser elaborada para que consigas superar a dor da perda. Para quem não está passando pela fase do luto, fica a dica, nunca estimule uma pessoa a sair logo do seu luto, pois é uma atitude que pode agravar o quadro. Cada pessoa tem o seu tempo de superação até retornar as suas atividades normais.
Caso você se sinta impotente diante da dor do outro, apenas permaneça ao lado da pessoa enlutada, diga a ela que pode contar com você e escute. Um ombro amigo é primordial neste momento. A arte é outro recurso que auxilia neste processo, escrever poesias, textos deixa registrado de maneira lúdica a dor. A escrita terapêutica (escrever sobre o que está sentindo), é um recurso utilizado na psicoterapia para casos de ansiedade, mas que também serve em casos de depressão e luto.
Vamos salientar que haverá um momento que será necessário você dar um destino aos objetos a pessoa falecida, manter lugares intactos ou a resistência em se desfazer das coisas é uma clara evidência da dificuldade de aceitação do ocorrido, prejudicando assim o processo da aceitação do luto e da perda. Caso você perceba ou conheça uma pessoa que esteja com dificuldades em retornar a rotina, é importante passar por uma avaliação psicológica.
A tristeza do falecimento, a saudades e a falta da presença física da pessoa, são sentimentos que ainda terão um lugar dento de você, mas a vida continua e em algum momento haverá a necessidade de retomar a sua rotina. Guarde com você todos os momentos maravilhosos que você teve com esta pessoa, não se culpe por continuar a viver e por ter choros repentinos. Desejo que as dicas sirvam para você encontrar a melhor forma de viver a sua vida e caso necessário busque ajuda especializada.
Essa dor vai passar, pode acreditar.
Psicóloga Larissa Link CRP: 12/11434. Email: larissalink@yahoo.com.br