Luta contra a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica é lembrada no dia 19 de novembro

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Doença afeta milhões de pessoas em todo o mundo e no Brasil, mas ainda é tida como desconhecida para a maioria.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), entre as enfermidades que mais se manifestam devido ao consumo de tabaco está a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Considerada ainda de pouco conhecimento na sociedade, a doença afeta aproximadamente 300 milhões de pessoas no planeta e mais de sete milhões somente no Brasil. Para alertar a população sobre os malefícios e prevenção da DPOC, 19 de novembro foi escolhido em 2014 para o Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.

A data deste ano, elencada pelo Comitê Iniciativa Global para DPOC, tem como parceiros a Associação Brasileira de Portadores de DPOC e a Comissão de DPOC da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. O objetivo é esclarecer informações a todos que possuem a doença ou que tenham propensão à enfermidade que, no país, ocupa o 5º lugar entre as que mais matam, levando ao óbito quatro pessoas a cada hora.

De acordo com o pneumologista do Hospital Dia do Pulmão, Dr. Mauro Kreibich, a DPOC caracteriza-se tanto pela bronquite crônica quanto pelo Enfisema pulmonar – que podem ser manifestas no organismo de maneiras individuais ou em conjunto – ou seja, duas enfermidades respiratórias consideradas graves.

Sintomas e causas

A DPOC é uma doença caracterizada por limitação do fluxo aéreo, geralmente progressiva, ocasionada por uma resposta inflamatória crônica das vias respiratórias e pulmão às partículas, gases e produtos químicos. É uma doença de frequência crescente, que se instala de forma relativamente silenciosa em indivíduos fumantes de tabaco.

Os sintomas, que se manifestam pela tosse frequente, com expectoração, bem como com cansaço e falta de ar, são precoces e aparecem lentamente, tornando-se mais evidentes após a quarta ou quinta década da vida. Dr. Kreibich destaca que vários estudos internacionais têm demonstrado que aproximadamente 15% dos casos da DPOC são relacionados a novos agentes, como a prática domiciliar do fogão a lenha e agentes utilizados em várias práticas profissionais.

Diagnóstico e tratamento

Para a identificação da DPOC é essencial a avaliação clínica e complementar, adaptada à condição de cada individuo. Segundo o pneumologista, é fundamental a realização de Testes de Função Respiratória, exames de imagem e laboratoriais. Já a Espirometria (popularmente conhecida como exame do sopro), exame funcional básico e de fácil realização, é a forma mais objetiva de detecção precoce da DPOC, por vezes ainda sem sintomas muito evidentes e, portanto, em fase de mais potencialidade à resposta ao tratamento.

Somente 12% dos pacientes são diagnosticados e desses apenas 18% recebem tratamento. Para tratar, recomenda-se, com base em cada caso e estágio da doença, parar de fumar ou evitar o contato com outros agentes poluentes, medicamentos (referentemente inalatórios) e a vacinação (gripe e pneumonia). Nas manifestações mais severas da doença, podem ser necessários a reabilitação pulmonar, oxigenoterapia e procedimentos mais invasivos com a Terapia de Válvulas Endobrônquicas.

Texto: Aline Amann