O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) concedeu à região de Luiz Alves (SC) o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG), na espécie Denominação de Origem (DO), para a produção de cachaça e aguardente. Foi possível conferir a publicação na Revista da Propriedade Industrial nesta terça-feira (6/08/24), ampliando para nove o número de IGs em Santa Catarina.
A cachaça artesanal de Luiz Alves destaca-se pelo uso do melado como matéria-prima da fermentação, substituindo o caldo de cana fresco. Além disso, são utilizadas leveduras nativas exclusivas da região, o que contribui para as características únicas da bebida. A temperatura amena e o clima temperado úmido favorecem o envelhecimento da cachaça, mantendo o teor alcoólico desejado e reduzindo a evaporação da água.
A tradição e a experiência familiar, passadas de geração em geração, também influenciam na qualidade diferenciada do produto. A região é conhecida pela Festa Nacional da Cachaça (Fenaca), principal evento da cidade.
A certificação do Selo de Indicação Geográfica valoriza os produtos agrícolas da região, destacando sua procedência e respeitando os métodos tradicionais dos produtores locais. A obtenção da DO exige que as características do produto estejam intimamente ligadas às peculiaridades do meio geográfico, incluindo fatores naturais e humanos.
O secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto, destacou a colaboração entre a Epagri, Sebrae e universidades para identificar e encaminhar os pedidos de certificação. “Trabalhamos de forma conjunta para valorizar e agregar valor aos produtos da nossa agricultura”, afirmou.
Reconhecida pela lei estadual nº 17.535/2018 como Capital Catarinense da Cachaça – Terra da Cachaça, Luiz Alves atendeu aos critérios de origem para a certificação. A Associação dos Produtores de Cachaça Artesanal de Luiz Alves apresentou documentação histórica que remonta a produção de cachaça ao século 20, evidenciando a importância da produção de açúcar desde o início da colonização do município.
Santa Catarina possui outras oito Indicações Geográficas: Uva Goethe, Banana de Corupá, Queijo Artesanal Serrano, Vinhos de Altitude, Mel de Melato da Bracatinga, Maçã Fuji de São Joaquim, Erva-Mate do Planalto Norte Catarinense e Linguiça Blumenau. Com o novo registro, o Brasil soma 126 IGs reconhecidas, sendo 88 Indicações de Procedência e 38 DOs.
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