Em comemoração ao Dia Internacional das Meninas na Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), celebrado nesta quinta-feira (24/04/25), a Serasa divulgou um levantamento interessante. Os dados mostram as jovens brasileiras usando cada vez mais a inteligência artificial para lidar com o dinheiro, em um setor que ainda tem maioria masculina.
A pesquisa, feita pelo Instituto Opinion Box com 1.666 mulheres da Geração Z (nascidas entre 1996 e 2007) de todo o país, mostra que 24% já usam IA para organizar os gastos do dia a dia, 15% descobriram na tecnologia uma forma de conseguir uma renda extra e 11% contam com esse apoio na hora de investir.
Apesar desses avanços, os obstáculos ainda são muitos. A pesquisa revela que 39% dos homens da mesma faixa etária ainda não usam IA para cuidar das finanças — número 11 pontos percentuais maior do que entre as mulheres. O dado chama atenção para uma diferença no comportamento e no acesso à tecnologia.
Para Lia Bandeira, que lidera a área de ciência de dados e inteligência artificial da Serasa, parte dessa distância tem a ver com a falta de incentivo. “Enfrentei barreiras, mas com o apoio de outras mulheres e me inspirando em quem veio antes, consegui avançar”, lembra Lia.
Confiança e informação fazem a diferença
Muita gente ainda torce o nariz para usar IA com dinheiro. A confiança é um fator importante: só 27% das mulheres até 29 anos dizem confiar de verdade nessa tecnologia para cuidar da vida financeira. Entre os homens, esse número sobe para 34%.
Mesmo assim, o cenário não é todo cinza. Quase metade das jovens entrevistadas (48%) já vê a IA como uma aliada para o futuro, enquanto entre os homens esse número chega a 58%. A diferença mostra que ainda tem espaço para crescer — e que educação digital e acesso à informação podem ajudar bastante nesse caminho.
Como começar a usar IA nas finanças — sem complicação
Para quem está curiosa, mas não sabe por onde começar, a Serasa preparou algumas dicas simples e práticas:
Escolha ferramentas seguras: Antes de baixar um app, dá uma olhada na avaliação, nos comentários e se o aplicativo explica direitinho como protege seus dados. Se for mexer com dinheiro, a segurança tem que vir primeiro.
Use a IA como parceira, não como dona da sua carteira: Aplicativos com IA podem ajudar a montar um orçamento, alertar sobre boletos que estão para vencer ou até separar seus gastos por categoria (tipo: mercado, transporte, lazer…). Mas a decisão final é sua.
Aprenda aos poucos: Entender como o dinheiro funciona é fundamental. Tem muito conteúdo gratuito sobre finanças por aí, e vale também usar ferramentas simples, como planilhas no Excel ou até anotações no caderno. A IA é só mais uma opção — útil, mas não mágica.
Comece pelo básico: Experimente colocar na IA o controle dos gastos do mês ou uma meta de economia. Nada muito complicado no início. Conforme for se acostumando, dá para explorar mais recursos.
No fim das contas, como reforça Lia Bandeira, o importante é criar o hábito de cuidar do próprio dinheiro. “Seja com IA, planilha ou papel e caneta, o que vale mesmo é ter clareza sobre o que entra e o que sai. A Geração Z está começando sua jornada financeira agora — e quanto mais cedo ela for consciente, melhor lá na frente.”
