Investigação da Polícia Civil aponta que pai planejava a fuga com a filha há meses

Não está descartada a possibilidade de que estejam fora do país. Saiba as últimas informações sobre o caso.

Foto: Polícia Civil de SC

A Polícia Civil de Blumenau divulgou, na tarde desta terça-feira (18/03/25), uma atualização sobre o desaparecimento de Anderson Rafael Hasse, de 40 anos, e sua filha de 8 anos.

As investigações conduzidas pela Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) e pela Divisão de Homicídios da Diretoria de Investigação Criminal (DH/DIC) apontam que ele vinha planejando fugir com a menina há pelo menos três meses. A motivação estaria relacionada a pela perda da guarda da criança e pela suspeita (não significa que aconteceu) de abuso cometido por um familiar materno, conforme relatos de amigos e pessoas da família ouvidas pela polícia.

Segundo esses depoimentos, Anderson ameaçava desaparecer com a filha ou, caso não conseguisse, até matar quem ele acreditava ter cometido o suposto abuso. Durante esse período, ele começou a se desfazer de bens de maior valor, como carro e instrumentos musicais, e realizou um empréstimo bancário, levantando mais de R$ 60 mil. A quantia foi sacada de suas contas bancárias e usada para financiar sua fuga.

Prisão decretada e suspeita de auxílio na fuga

Além do planejamento da fuga, a polícia identificou que Anderson praticava alienação parental há meses, o que foi determinante para a perda da guarda de Bianca. Diante dessas evidências, o delegado de polícia solicitou sua prisão temporária pelos crimes de sequestro, cárcere privado e desobediência. O pedido foi aceito pelo Ministério Público e deferido pelo Poder Judiciário por um prazo inicial de 30 dias.

As autoridades acreditam que Anderson esteja recebendo ajuda para se manter escondido, já que não há informações concretas sobre seu paradeiro. A Polícia Civil alerta que qualquer pessoa que colaborar com ele poderá responder pelos mesmos crimes, independentemente do grau de envolvimento.

Considerando que o último contato com Anderson ocorreu no dia 1º de março e a fuga foi comunicada oficialmente à DPCAMI no dia 6, não se descarta a possibilidade de que ele tenha deixado o estado ou até mesmo o país com Bianca.

Último paradeiro conhecido

Bianca está desaparecida desde o dia 5 de março, quando deveria ter sido entregue à mãe após um fim de semana com o pai. Como o período incluía o feriado de Carnaval, Anderson deveria devolvê-la na escola às 13h15, mas isso não aconteceu. Desde então, ele não responde às tentativas de contato.

As buscas por pai e filha foram encerradas na última sexta-feira (14/03/25) no Morro do Baú, em Ilhota, após um dia de varredura com cães farejadores e equipes especializadas dos bombeiros. A Polícia Civil solicitou a ação depois que um motorista de aplicativo confirmou ter deixado Anderson e Bianca no local com malas e uma caixa de som.

As equipes de resgate seguiram duas linhas de busca: uma com cães farejadores, que rastrearam um odor específico coletado na casa da mãe da menina, e outra com bombeiros percorrendo trilhas principais e secundárias em busca de qualquer vestígio, como fogueiras ou acampamentos. No entanto, nenhum indício foi encontrado.

“A área é extensa e de difícil acesso, mas, com a experiência da equipe e o auxílio do cão de busca, concluímos, em conjunto com a Polícia Civil, que não há indicativos fortes de que eles tenham se perdido ali, apesar de terem sido vistos naquela região”, afirmou Carlos Rampelotti, comandante dos Bombeiros Voluntários de Ilhota, após as buscas.

A Polícia Civil solicita a colaboração da população e reforça que qualquer informação sobre o paradeiro dos dois pode ser repassada de forma anônima pelo disque denúncia 181 ou pelo telefone (47) 9996-3160.