Em Santa Catarina, a Nório Nanotecnologia desenvolveu um produto que pode transformar o campo. Por meio de nanocápsulas, há uma liberação gradual de insumos naturais. Este avanço, concebido pelos doutores Jean Hoepfner e Patrícia Uchôa, tem potencial para reduzir custos e assegurar uma abordagem agrícola mais verde.
Trata-se do óleo neem, um produto orgânico com ação inseticida, que segundo a empresa tem atuação comprovada em mais de 500 espécies de insetos e ácaros. Encapsulado por nanopartículas biocompatíveis e biodegradáveis, ele é sugerido para uso agrícola, com ações espalhante adesivo e emulsificante.
A Nório destaca propriedades como potencializador repelente com recobrimento e penetração, aumentando o molhamento por meio das nanopartículas. Mesmo quando diluídas, elas mantêm sua integridade. O processo garante uma distribuição mais homogênea, prolongada e eficiente dos defensivos nas plantações.
O apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) foi crucial na jornada de ambos os fundadores. Durante seus anos acadêmicos, Jean e Patrícia foram beneficiados com bolsas de estudo e, já no âmbito empresarial, obtiveram suporte pelo edital Mulheres+Tec. Vale destacar: 70% da equipe da Nório é composta por mulheres.
A matéria-prima do produto vem dos rejeitos da indústria papeleira, apresentando-se como biodegradável e renovável. Dados indicam que o uso desta tecnologia pode reduzir de 15% a 30% a necessidade de defensivos, promovendo economia e sustentabilidade.
O mercado agrícola brasileiro, em pleno crescimento, se mostra promissor. A produção de grãos em 2022/2023, por exemplo, pode ultrapassar 300 milhões de toneladas. Visando a essa demanda, após testes em laboratório, a Nório planeja validações em campo e busca investidores para ampliar sua atuação.
Como amplificador desse avanço, o case da Nório foi destacado no evento Aproxima+SC em Joinville. Este projeto, que visitará 14 cidades de Santa Catarina, tem como objetivo fortalecer conexões entre empresas, instituições acadêmicas e governo, fomentando inovações como a da Nório para um futuro mais sustentável e produtivo.