O Dr. Amaury Miele Filho, renomado infectologista de Blumenau, trouxe esclarecimentos sobre a evolução do Sars-Cov-2, chamado por alguns virologistas de Sars-Cov-3, e as ameaças de saúde comuns no verão, como as viroses gastrointestinais. Na entrevista realizada no seu consultório próximo ao Hospital Santa Isabel, no Centro de Blumenau, ele destacou também a importância da vacinação no controle de doenças infecciosas.
Segundo o médico, embora a pandemia da Covid-19 esteja em um estágio menos crítico, ela ainda não foi oficialmente encerrada. “O vírus continua sendo detectado, mas a agressividade é menor devido às mutações, que felizmente o enfraqueceram”, explicou. No entanto, o Dr. Amaury alertou sobre a alta transmissibilidade do vírus e reforçou que ainda é fundamental seguir com a vacinação. Também há uma nova foram de vacina, que promete ser muito mais eficiente.
Além do coronavírus, a chegada do verão exige atenção redobrada às viroses comuns em praias, como as causadas pelos vírus rotavírus e norovírus. “É essencial verificar a balneabilidade das praias, cuidar com a procedência dos alimentos e preferir água mineral para evitar contaminações”, orientou. Ele também alertou para a falta de dados oficiais sobre os casos de diarreia no litoral, que poderiam ajudar no controle de surtos.
O infectologista também abordou a preocupação com o negacionismo vacinal no reaparecimento de doenças como sarampo e poliomielite. “Com a vacinação, conseguimos praticamente erradicar doenças como difteria, coqueluche e rubéola. Mas, infelizmente, o movimento antivacina ameaça esses avanços”, lamentou. Ele lembrou que esse tipo de movimento não é novo e já foi registrado em outras décadas no mundo.
Sobre possíveis ameaças futuras, Dr. Amaury destacou o risco do vírus influenza H5N1, com alta taxa de mortalidade (40%), caso ele evolua para transmissão entre humanos. Ele enfatizou a necessidade de monitoramento global, especialmente em um mundo altamente interconectado.
A entrevista reforçou a importância da prevenção, higiene e vacinação para enfrentar desafios antigos e novos. O especialista concluiu com um conselho direto: “Prevenir é sempre mais fácil e menos doloroso do que remediar.”