O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (IMA) recebeu informações nessa terça-feira (16/07/24), sobre um suposto vazamento de óleo na orla da Baía Sul, em Florianópolis. Desta forma, por meio do encaminhamento da Diretoria de Controle e Passivos Ambientais do Instituto, uma equipe composta por técnicos da fiscalização e técnicos do laboratório de medições ambientais do IMA foi enviada ao local para colher amostras do material.
A coleta foi encaminhada para análise da equipe da Coordenadoria Regional do Meio Ambiente (CODAM) do IMA em Itajaí, onde o oceanógrafo do IMA, Dr. Carlos Eduardo J. A. Tibiriçá concluiu que as manchas alaranjadas são florações de dinoflagelados, popularmente, conhecidas como “Marés Vermelhas.”
Para confirmar que se tratava de uma floração de microalgas e não da presença de um poluente (como óleo ou outros produtos químicos), o IMA, com apoio da Capitania dos Portos, coletou amostras na superfície da água em vários locais onde a mancha estava concentrada.
Na nota técnica, o oceanógrafo explica que como toda floração em grande escala, não existe um único fator responsável por causar a multiplicação de células, mas uma combinação de fatores meteorológicos e oceanográficos.
“A maré vermelha está ocorrendo praticamente em todo o litoral catarinense, sendo um evento de grande escala similar ao ocorrido no ano de 2016. Tivemos um outono muito chuvoso, condição que pode provocar esse tipo de evento, cuja duração pode perdurar por semanas ou até poucos meses”, explica Carlos.
Outras espécies de dinoflagelados também estão presentes na Baía Sul, conforme pode ser observado nas amostras das manchas e também no monitoramento realizado pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC) e avaliadas no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC).
De acordo com o monitoramento da CIDASC, que leva em consideração amostra não somente da superfície, mas de toda a coluna d’água, está ocorrendo floração também do dinoflagelados Dinophysis spp. são produtoras de toxinas diarréicas e, portanto, é recomendado atenção especial no monitoramento da CIDASC, através do Programa Nacional de Controle Higiênico-Sanitário de Moluscos Bivalves (PNCMB), na hora de consumir ostras e mexilhões produzidos no litoral catarinense.
Os resultados do monitoramento e avaliação quanto à presença ou não de toxinas em ostras e mexilhões podem ser acompanhados clicando aqui. A nota técnica conclui que as espécies encontradas na amostra do IMA ou da CIDASC não são reconhecidas por causarem problemas aos humanos em contato primário com a água (banho), sendo que a atenção deve se voltar, sobretudo, ao consumo de moluscos bivalves.
Com informações de Carolina Carvalho, da Assessoria de Comunicação do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA/SC).