Hugo Motta assume presidência da Câmara e reforça defesa da democracia

Parlamentar contou com o apoio de um amplo bloco formado por 17 partidos, totalizando 494 deputados.

Foto: Marina Ramos [Câmara dos Deputados]

O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) foi eleito presidente da Câmara dos Deputados para o biênio 2025-2026 neste sábado (1/02/25). Ele obteve 444 votos no primeiro turno, garantindo a maioria absoluta e evitando uma segunda rodada de votação. Seus adversários, Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), receberam 31 e 22 votos, respectivamente. Outros dois votos foram registrados em branco.

Motta contou com o apoio de um amplo bloco parlamentar formado por 17 partidos, incluindo PL, PT, PCdoB, PV, União, PP, Republicanos, PSD, MDB, PDT, PSDB, Cidadania, PSB, Podemos, Avante, Solidariedade e PRD, totalizando 494 deputados.

 

Foto: Marina Ramos [Câmara dos Deputados]

Compromisso com a democracia e fortalecimento do Legislativo

Em seu primeiro discurso como presidente da Câmara, Hugo Motta reafirmou seu compromisso com a democracia e a independência do Legislativo. Em um momento simbólico, ele repetiu o gesto histórico de Ulysses Guimarães ao levantar a Constituição Federal no Plenário, sob aplausos dos deputados, e declarou: “Tenho nojo da ditadura”.

O novo presidente enfatizou que a população quer soluções concretas e não disputas políticas. “O povo não quer discórdia, quer emprego; não quer luta pelo poder, mas que os poderes lutem por ele”, afirmou. Ele também destacou que a democracia deve ser prioridade absoluta. “O passado é um caminho sem volta, termina na destruição da política e no colapso da democracia. Não podemos correr o risco de experimentar isso novamente.”

Motta reforçou a necessidade de um Parlamento independente e combativo, afirmando que a Casa seguirá sendo um obstáculo contra qualquer tentativa de enfraquecimento das instituições democráticas. “Estaremos sempre com a democracia, pela democracia, com a democracia. E seus inimigos encontrarão no Legislativo uma barreira como sempre encontraram na história”, declarou.

Transparência total e independência dos poderes

Um dos pontos centrais do discurso de Motta foi a defesa de maior transparência na gestão dos recursos públicos. Ele propôs a criação de uma plataforma digital integrada entre Legislativo, Executivo e Judiciário para que a população possa acompanhar em tempo real os gastos dos três poderes. “Transparência total para todos”, enfatizou.

Motta também citou a importância da aprovação das emendas impositivas, classificando-as como um marco no reencontro do Parlamento com suas prerrogativas constitucionais. Segundo ele, a medida fortaleceu a independência do Legislativo ao reduzir a influência do Executivo sobre a destinação de recursos. “A crise exigia uma nova postura, o fim das relações incestuosas entre Executivo e Legislativo e a afirmação da independência como resposta para que os poderes pudessem atravessar a maior crise”, disse.

Prioridades econômicas e sociais

Além da pauta institucional, o novo presidente da Câmara destacou a necessidade de manter a estabilidade econômica e combater a inflação. Para ele, o equilíbrio fiscal é essencial para garantir segurança social e crescimento sustentável. “Não há democracia com caos social, e não há estabilidade social com caos econômico”, afirmou.

Em entrevista à TV Câmara após a posse, Motta disse que a partir da próxima semana iniciará reuniões com os chefes dos demais poderes para definir a agenda de votações prioritárias. Além das questões econômicas, ele mencionou projetos voltados para segurança pública, saúde, transição energética e inteligência artificial.

Com um discurso voltado para fortalecer a Câmara como protagonista na formulação de políticas públicas, Hugo Motta afirmou que sua gestão buscará representar os interesses da população. “Vou sempre defender um Parlamento mais forte, em que a população se sinta representada, garantindo o cumprimento da Constituição”, concluiu.