O Brasil confirmou dois casos de gripe aviária neste mês de maio. Um deles foi registrado em uma granja comercial no município de Montenegro, e o outro em um zoológico em Sapucaia do Sul, ambos no Rio Grande do Sul. Além dessas ocorrências, outras seis suspeitas estão em investigação em diferentes estados, conforme atualização divulgada nesta segunda-feira (19/05/25) pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Entre os casos sob análise estão suspeitas em granjas comerciais no Tocantins e em Santa Catarina. Neste último, o foco está em uma propriedade no município de Ipumirim. Técnicos da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) estiveram no local, avaliaram os sintomas apresentados pelas aves e seguiram o protocolo sanitário: coletaram amostras e as enviaram ao laboratório do Ministério da Agricultura. Os laudos oficiais ainda são aguardados, portanto não há ainda nenhuma confirmação.
As demais investigações envolvem produções domésticas e de subsistência no Mato Grosso, Ceará, Sergipe e também no Rio Grande do Sul. As informações estão disponíveis no painel de monitoramento de síndromes respiratórias e nervosas em aves, gerenciado pelo Mapa.
Em nota oficial divulgada no domingo (18), o ministério informou que todas as ações previstas no Plano de Contingência estão em andamento. Na área com raio de 10 quilômetros ao redor da propriedade onde foi declarado o foco, as vistorias seguem em ritmo acelerado. Na chamada área perifocal (3 km), 29 das 30 propriedades já foram vistoriadas. Na zona de vigilância (até 10 km), 238 das 510 propriedades também passaram por inspeção.
Durante essas vistorias, apenas uma nova suspeita foi registrada — em uma propriedade de subsistência na área perifocal. Amostras foram coletadas e enviadas ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo, com resultado preliminar previsto para o fim do dia desta segunda-feira. Na propriedade foco, todas as aves e ovos foram descartados, e o processo de limpeza e desinfecção está em andamento.
Para reforçar o controle sanitário, cinco das sete barreiras de bloqueio de trânsito de animais já estão instaladas. Entre as seis barreiras de desinfecção previstas, quatro já estão em operação. Os ovos provenientes da propriedade foco foram totalmente rastreados e estão sendo destruídos, para que os três incubatórios ligados a ela possam passar pela desinfecção completa.
Outro caso em investigação ocorre em Aguiarnópolis (TO), onde análises preliminares detectaram a presença do vírus Influenza A, com baixa chance de alta patogenicidade. As autoridades mantêm o monitoramento e medidas de controle já foram aplicadas.
Em entrevista coletiva, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, reforçou a importância da vigilância contínua e da colaboração entre órgãos públicos e a população. “Todos os fiscais e sistemas estaduais estão atentos a qualquer suspeita – e a própria população também pode colaborar”, afirmou. Segundo ele, ao menor sinal de aves doentes, seja em criações comerciais ou domésticas, é fundamental notificar imediatamente o Ministério.
“Agimos com eficiência e transparência. Isso garante a credibilidade do nosso sistema e mostra que estamos preparados para superar esse desafio com segurança”, completou o ministro.
