Governo vai instituir tabela referencial de fretes

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Texto: Marcelo Brandão

O governo federal anunciou por volta das 21h, que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) vai publicar nesta sexta-feira (24), uma resolução instituindo o procedimento para elaboração da tabela referencial dos custos de fretes. A nota é assinada pelos ministérios da Justiça, dos Transportes e pela Secretaria-Geral da Presidência da República.

“O governo federal reitera o cumprimento de todos os compromissos assumidos com o setor, entre eles, a isenção de pedágio para eixo suspenso de caminhões que trafegam vazios, a renegociação de dívidas dos financiamentos do Procaminhoneiro (modalidade de financiamento de caminhões a longo prazo com recursos e taxas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES) e Finame (modalidade de financiamento de longo prazo para aquisição e produção de máquinas e equipamentos novos com recursos e taxas do BNDES) e o perdão das multas por excesso de peso dos últimos dois anos”, diz um trecho da nota.

O anúncio ocorre após a reunião de quinta (22) entre caminhoneiros e os ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, e dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues. A principal reivindicação da categoria é a aplicação de uma tabela de frete mínimo, de utilização obrigatória na negociação de preços de frete. O pedido não foi atendido pelo governo.

Rossetto e Rodrigues, por sua vez, acenaram com a tabela referencial, de uso facultativo, como solução para o problema. O uso da tabela obrigatória, explicou Rossetto, é inconstitucional. “A tabela (obrigatória) não tem apoio constitucional e é impraticável. Estudamos muito, nos dedicamos muito, no sentido de examinar uma série de alternativas. Não há autorização constitucional para uma tabela impositiva”, explicou o ministro.

Mesmo rejeitada pelos caminhoneiros, o governo manterá a tabela referencial como a melhor saída para estabelecer preços do frete. Caminhoneiros alegam que a tabela referencial não é respeitada e não baliza as negociações de frete.

Rossetto argumenta que a tabela proposta pelo governo pode funcionar caso caminhoneiros e embarcadores negociem diretamente, sem a participação de atravessadores. Ele acredita também que a mesa de negociação permanente entre eles e o governo facilitaria as transações comerciais entres as partes e o uso da tabela referencial.

Os caminhoneiros se mobilizam, desde a manhã de hoje, em protesto contra o resultado do encontro de ontem. O balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgado às 18h, mostra bloqueios em 17 pontos de dez rodovias federais em quatro estados do país – Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Ceará. Pela manhã, eram 14 interdições parciais.

Agência Brasil