Gosto muito de história, e quando é de Blumenau, tem um sabor de conhecimento ainda mais especial. Por isso compartilho com vocês um texto que foi publicado na edição de abril/março de 2017, na Revista Blumenau em Cadernos, mantida pela Fundação Cultural de Blumenau, e que faz 60 anos. Se você é assinante, encontra na página 11, do tomo XLVIII.
É o relato rápido das condições de uma construção que abrigava os imigrantes recém chegados e suas famílias. Por coincidência, no verão, próximo do Natal.
No ano de 1856, aqui chegou um pequeno grupo de imigrantes alemães, “alemães novos”, como eram chamados, procedentes de todas as regiões da pátria alemã. Era verão, perto do Natal, quando aportaram no chamado “Stadtplatz” (Centro da cidade). É verdade que o lugar existia, mas a cidade? Não muito distante da embocadura do Ribeirão Garcia, localizava-se a edificação mais importante para os recém-chegados – o Galpão de Recepção.
Não proporcionava aspecto muito convidativo, tanto no interior como por fora. Tinha uma aparência deplorável. Foi construído muito longo e estreito, e dividido em espaços que tristemente mais se assemelhavam a um estábulo para ovelhas. Sua condição era de ruína e lá eram separados os homens e as mulheres.
Para aquela construção foram utilizadas ripas de palmeiras, e suas folhas como cobertura. As paredes eram feitas com sarrafos de madeira, rebocados com barro. Também de tempos em tempos era inundado pelas cheias do ribeirão. O assoalho era de pura terra. O tempo que os colonos tiveram que passar no galpão foi considerado por eles o pior de suas vidas.
Fonte: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva