Por Daniella Pimenta
O crescimento e ampliação da presença digital nunca foram tão intensos quanto agora. Além de plataformas como Instagram e Facebook, Youtube e Tik Tok, assuntos como multiverso e metaverso também estão em alta. On e offline têm barreiras cada vez mais sutis, com as pessoas estando “lá” e “cá” com praticamente a mesma intensidade.
Foi na fase de isolamento social que, até mesmo de quem nunca havia feito um story ou post, passou a utilizar com mais frequência as redes sociais. Aumentou também o volume de informações, passando a ocorrer o que se chamou de infodemia, ou a epidemia da informação. Com tanta coisa passando nas timelines o dia todo, há uma alteração na percepção e até uma desumanização: ninguém erra, ninguém falha, tudo é perfeito, todos são profissionais irretocáveis. E aí é que mora o problema.
De acordo com pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), 59% dos casos de depressão no mundo ocorreram durante a pandemia e 63% dos de ansiedade ocorreram no Brasil, líder absoluto no planeta. Não por acaso, o brasileiro é um dos que mais passa tempo nas redes sociais no mundo todo.
O que é essa ideia de felicidade?
“Esse “mundo comercial de margarina” pode até estimular e inspirar pessoas, mas a realidade é que, em grande parte do tempo, gera frustração para quem teve perdas familiares, perdas nos negócios, enfrenta problemas de saúde e por aí em diante. Em alguns momentos, parece um mundo paralelo onde a maioria é feliz, ou só posta a felicidade”, explica a empresária e especialista em redes sociais, Adriana Coutinho. Adriana é conhecida por ter trabalhado com famosos como Pocah, Cleo Pires, Luisa Sonza, entre outros nomes de grande exposição nas redes.
“Trabalho com grandes marcas e artistas há anos, e também senti o efeito rebote desse mundo artificial de felicidade. Eu, que sou uma profissional que trabalha criando ideias, tive minha criatividade bloqueada justamente pela exposição a esse excesso de felicidade. No auge dessa sensação, precisei sair das redes sociais por 15 dias para viver offline”, ressalta a empresária.
Como se proteger da positividade tóxica
Se proteger e tomar atitudes para aproveitar de forma mais saudável a internet é algo que beneficia o indivíduo como pessoa, como profissional, como ser social, e certamente impacta com positividade o seu entorno também. A especialista Adriana Coutinho deixa algumas dicas do que deve ser evitado nas redes para diminuir o impacto da positividade tóxica.
– Comparar a vida do outro com a sua. Acredite, as pessoas não dizem a verdade o tempo todo! O Instagram não é BBB, então não tem câmeras 24 horas mostrando tudo o que acontece. As pessoas tendem a postar sempre só momentos bons. Inclusive, é mais recorrente do que se pode imaginar o fato de que as pessoas produzem momentos bons só para postar!
– Ter como principal objetivo a fama. As redes sociais têm esse poder de tornar pessoas desconhecidas em super famosos, mas será que você estará disposto a segurar essa barra? Prefira ganhar dinheiro, fortalecer pessoas e se divertir!
– Passar horas consumindo conteúdo raso. É viciante, porém totalmente contraproducente. Se valorize! Valorize seu tempo… ele é tão curto.
– Seguir pessoas por obrigação. Pegue as rédeas das suas redes sociais, você comanda, você escolhe!
– Se importar com a opinião de quem não produz nada e te critica. Gente maior que você ou vai te elogiar ou não estará nem aí para o que você posta, siga seu plano.
- E a última dica: faça o detox digital em sua vida e deixe de seguir pessoas que te angustiam, foca na sua melhor versão e colha os resultados.
Adriana Coutinho é empresária, palestrante e digital influencer. A sua empresa, Founder e CEO da Acout Plus, é especializada em gerenciamento e posicionamento de imagem nas redes sociais. Ela já atendeu empresas e artistas como Arezzo, Walt Disney, Universal Music, Niely Cosméticos, Cleo Pires, Luísa Sonza, Fábio Júnior, entre tantos outros.