Estudantes de Itajaí desenvolvem projeto inovador para purificação de água com armadilha de elétrons

Eles participam de premiação internacional e atraíram o interesse de empresas de saneamento com projeto que promete limpar efluentes sem uso de produtos químicos.

Três estudantes do Ensino Médio de Itajaí (SC) criaram um mecanismo de purificação de água utilizando uma armadilha de elétrons. Maria Clara Duvoisin, Maria Clara Bogo dos Santos e Thiago Fonte Boa, sob a orientação do professor Rafael Giovanella, desenvolveram a pesquisa durante as aulas de Iniciação Científica do Colégio Bom Jesus. O projeto, que já foi testado com microorganismos, comprovou sua eficiência na limpeza de água, sendo aplicável tanto no tratamento de efluentes quanto na purificação de água potável.

A armadilha de elétrons funciona acelerando o processo de decantação por meio de dois eletrodos condutores de energia, um positivo e outro negativo. Esses eletrodos, ao entrarem em contato com as bactérias presentes nos sedimentos, causam a diluição dessas bactérias de forma rápida e eficiente, sem a necessidade de produtos químicos, que são comumente utilizados em processos convencionais e que poluem o meio ambiente. A separação entre o efluente e a água limpa ocorre imediatamente devido à diferença de densidade, tornando o processo não apenas mais seguro para o meio ambiente, mas também mais econômico.

O estudo surgiu como uma continuidade de uma pesquisa anterior, que já havia sido patenteada, mas não finalizada. O resultado foi o projeto “Avaliação de um sistema e método de estação compacta para tratamento de esgotos: tecnologia eletropurificadora de efluentes, por meio da armadilha de elétrons”, que rendeu à equipe um convite da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) para participar do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo. Este prêmio, organizado pelo Stockholm International Water Institute (SIWI) desde 1997, incentiva jovens entre 15 e 20 anos a desenvolver projetos relacionados à água, meio ambiente e sustentabilidade.

Agora, os estudantes estão se preparando para a fase de testes em larga escala, embora reconheçam os desafios financeiros para continuar o desenvolvimento do projeto. A Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (CAESB) já demonstrou interesse em conhecer mais sobre a tecnologia desenvolvida pelos alunos, que acreditam que o mecanismo pode ser útil não apenas para empresas de saneamento, mas também para condomínios e na purificação de água potável.

Além do reconhecimento internacional, a equipe também foi premiada com o “Inovação” da Renault do Brasil na Feira de Iniciação Científica do Colégio Bom Jesus em 2023. O colégio, que incentiva a pesquisa científica desde as séries iniciais até o Ensino Médio, busca preparar os alunos para a pesquisa e experimentação, promovendo um ensino interdisciplinar que aproxima o ambiente acadêmico da Educação Básica.


 

 


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