Empresas de transporte turístico agonizam com a paralisação dos serviços

 

 

 

 

Por * José Marciel Neis

É incompreensível aos empresários do transporte turístico e fretamento de Santa Catarina a decisão do governo estadual de estender a suspensão dos serviços até 2 de agosto. Principalmente devido à liberação do transporte coletivo urbano, a partir de 8 de junho, além de os aeroportos estarem abertos ao recebimento de voos, por exemplo. As empresas que operam no segmento possuem toda a capacidade de realizar suas viagens com os protocolos de segurança estabelecidos em vários países, em conformidade com a OMS e sem prejuízo à saúde dos colaboradores e dos usuários.

A Aettusc considera inconcebível priorizar aqueles com maior poder aquisitivo – que podem viajar de avião, meio de transporte sem restrições de número de passageiros – enquanto os menos afortunados ficam privados de deslocamento. Sem esta óbvia e necessária isonomia, temos um resultado devastador, visto que as empresas de turismo e fretamento representam 30 mil colaboradores e cerca de 150 mil dependentes impactados. A paciência acabou! Protestos já foram realizados em todas as regiões do estado diante deste disparate.

Em nenhum lugar do mundo foi realizada uma suspensão por tão longo período no setor. São centenas de demissões, empresas falindo – muitas delas familiares – e um colapso completo. Enquanto isso, diversas outras operam na ilegalidade, diante da inoperância do Executivo estadual, que faz ‘vista grossa’ à concorrência desleal. Quem é punido com esta decisão é justamente o empresário que age dentro da lei, paga seus impostos e contribui para o desenvolvimento de Santa Catarina. Por isso, a entidade está acionando judicialmente o governo estadual para o ressarcimento pelos prejuízos causados por esta atitude irresponsável.

Florianópolis, 02 de junho de 2020.

* Presidente da Associação das Empresas de Transporte Turístico e Fretamento de SC (Aettusc)