Com base nos registros do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH) e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) da Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgou o perfil de internações e óbitos por acidentes de transporte terrestre no território catarinense em 2017, quando ocorreram 1.554 mortes.
Desse total, 1.255 vítimas fatais (80%) eram pessoas do sexo masculino. Os registros revelam 689 óbitos envolvendo adultos jovens com idade entre 20 e 39 anos, correspondendo a 44,3%. Em relação à condição da vítima, 534 (34%) ocupavam automóveis, 504 (32,4%) utilizavam motocicletas e 231 (14,8%) eram pedestres. Outras 82 vítimas eram ciclistas (5,2%) e, em 203 situações, a condição não foi especificada. Os municípios que registraram o maior número de óbitos por acidentes de trânsito foram Blumenau (79), Joinville (76), Chapecó (66) e São José (62).
Os dados também apontam diferenças regionais em relação ao tipo de acidente e à mortalidade. Óbitos de motociclistas ocorreram principalmente nas regiões Médio Vale do Itajaí, Grande Florianópolis e Nordeste. Os atropelamentos de pedestres foram registrados com grande incidência nas regiões Nordeste, Foz do Itajaí e Grande Florianópolis. Já os mais altos índices de morte de ocupantes de automóveis foram verificados principalmente nas regiões Nordeste, Alto Vale do Itajaí e Médio Vale do Itajaí.
Tendência de redução
Apesar da taxa de mortalidade ainda ser considerada elevada no Estado, os dados indicam uma tendência de redução ao longo dos anos. Em 2007, um ano antes da instituição da Lei Seca, a taxa de mortalidade foi de 34,1 óbitos por 100 mil habitantes. Dez anos depois (20170, o índice foi de 25,6 óbitos por 100 mil habitantes.
Em relação às internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em 2017 foram gastos R$ 705 milhões com Autorizações de Internação Hospitalar (AIH). Destas, R$ 80 milhões foram por causas externas. A maior parte, R$ 37 milhões, em função de quedas e R$ 17 milhões por acidentes de transporte.
Os registros reforçam a importância da conscientização sobre os hábitos e as atitudes no trânsito, tema da campanha nacional do movimento Maio Amarelo. “As elevadas taxas de mortalidade por acidentes de trânsito, e o montante gasto pelo SUS com internações hospitalares, servem para nortear a importância do tema para Santa Catarina. Por isso, é necessário o fortalecimento das ações intersetoriais focadas na educação e comunicação, fiscalização e infraestrutura, que são os pilares fundamentais para a diminuição no número de vidas perdidas.”, afirma Eduardo Macário, diretor da Dive.
Rede Vida no Trânsito
O movimento nacional Maio Amarelo ganha cada vez mais força em Santa Cataria com a articulação entre o Poder Público e a Sociedade Civil Organizada, envolvendo os mais diversos órgãos e instituições. O principal articulador é o projeto Rede Vida no Trânsito, de Florianópolis, organização intersetorial, criada em julho de 2014, que reúne diversas instituições governamentais e da sociedade civil organizada.
Por Patrícia Pozzo [Dive]