Por Claus Jensen, com fotos de Luciano Bernz [Curtindo Blumenau]
No setor 1 do Parque Vila Germânica acontecerá o 1º Blumenau International Beer Festival. Serão 15 expositores oferecendo 115 rótulos de cervejas nacionais e internacionais já confirmados. Além disso, contará com 31 opções gastronômicas em um cardápio diferenciado, além das atrações musicais. O evento começa na quinta-feira (21/06/18), quando a entrada é gratuita, e se estende até sábado (23).
Na noite de quinta-feira (14), a imprensa foi convidada para conhecer algumas novidades do festival no camarote do Pavilhão Eisenbahn Biergarten. O prefeito Mário Hildebrandt e o presidente da Ablutec (Associação Blumenauense de Turismo, Eventos e Cultura), Richard Steinhausen; falaram sobre a importância do evento na economia local. Na subida da escada, garrafas iluminadas decoravam o caminho.
Steinhausen destacou que Blumenau sempre é inovadora e procura fazer diferente. Ele tem grande expectativa no sucesso do evento. “O foco principal não é o consumo da cerveja, mas o que trará em termos de geração de emprego e renda, no desenvolvimento de novos negócios para a cidade e região”. Ele acredita que será uma excelente oportunidade para os visitantes perceberem que algumas cervejas produzidas no Vale do itajaí ao longo dos últimos 20 anos, são iguais ou até melhores que as internacionais.
A mesma opinião foi compartilhada pelo prefeito Mário Hildebrandt. “Blumenau ser a capital da cerveja nos dá a oportunidade de sermos referência na geração de renda, num trade turístico cada vez mais fortalecido, dando oportunidade para o desenvolvimento de nossa cidade. Um deles é o segmento de equipamentos para produção da cerveja”, destacou. Fazendo uma relação entre o Festival Brasileiro da Cerveja e o Blumenau International Beer Festival, o prefeito lembrou da excelente estrutura que a cidade oferece com o Parque Vila Germânica.
Lançada no Festival Brasileiro da Cerveja de 2017, a Cervejaria Antídoto é uma das poucas que não produz a Pilsen e prefere trabalhar com cervejas artesanais que tenham diferenciais. Como 90% do mercado brasileiro está acostumado com a Pilsen o sócio Cléverson Tambosi (Teddy) acredita que há muito a conquistar. A empresa de Blumenau, está apostando nesse novo evento que quer projetar a cidade como um pólo cervejeiro internacional. Hoje o principal mercado é Santa Catarina, principalmente o Vale do Itajaí, além de Chapecó e Criciúma, sempre em bares especializados.
Mas Teddy quer ampliar a distribuição para outros Estados a curto prazo. A produção mensal que é de 2,5 mil litros deve ser dobrada, mas não em fábrica própria, já que a Antídoto terceiriza tudo. Mas as fórmulas foram desenvolvidas junto com seu sócio Fabiano Massaneiro (Teco).
“São receitas que já tínhamos feito experiências, algumas repetidas cinco vezes até chegar no resultado que queríamos. Foi o caso da Wit Bier e da Belgian Dubbel. Já a Pale Ale, a gente fabricava em casa e foi um pouco mais fácil chegar no ponto. Depois de acertada, demos um toque de centeio nela, que traz um condimentado com a cerveja”, destaca Teddy.
Falando sobre o mercado cervejeiro no país, o empresário disse segue os mesmos passos do que os EUA passou há 20 anos atrás. “Quanto mais as pessoas conhecerem as cervejas especiais, tanto mais o mercado brasileiro cresce” finalizou.
Entre os destaques da feira, estão as cervejas que vem direto da Alemanha através da Stuttgart Importação e Distribuição Ltda. O diretor da empresa, Frank Norman Hirt, disse que eles trabalham com as cervejas das marcas Schneider Weisse, Köstritzer, Licher e Schlenkerla.
Entre os estilos mais comercializadas, vale o destaque para a Schlenkerla, especializada em cervejas defumadas, intensas, aromáticas, com gosto de fumaça de bacon. Já a Licher e a Schneider Weisse, esta última como o próprio nome diz, é de trigo com variados estilos. Na Alemanha, as Malzbier, cervejas pretas, são as mais vendidas, representada na empresa pela marca Köstritzer, que também produz o estilo Pale Ale.
Já entre as mais vendidas na Stuttgart, está uma escura de trigo da Schneider Weisse, que tem a acidez um pouco mais acentuada. “Ela harmoniza com vários pratos que temos na região, como pizza com tomate, e outros. É uma cerveja coringa que pode ser apreciada várias ocasiões”, comenta Frank.
No evento estava a Kiezen Ruw, uma cervejaria de Guabiruba (SC), fundada há 7 anos e com produção mensal de 10 mil litros por mês. O empresário Edson de Amaral, 33 anos, explicou que 70% dos produtos são destinados para bares de Florianópolis e o resto para Guabiruba e Brusque.
“Vendemos pouco para Blumenau, e geralmente na época da Oktoberfest. O carro chefe da nossa cervejaria é a Pilsen, depois o American Red Ale, além da American IPA. No verão há uma procura pela Witb Bier, uma cerveja bem refrescante, enquanto no inverno a procura é pelas Barley Wine, Dry Stout e ESB. Estamos lançando a Smocked Black IPA, uma cerveja bem complexa, com malte defumado, centeio, que dá uma consistência mais cremosa e encorpada” finalizou Amaral.
Mariana Sartori, representava a cervejaria Stannis, que produz 15 mil litros por mês e abastecem os pubs próprios em Itajaí e Jaraguá do Sul, onde é a sede da empresa. “No momento temos seis estilos fixos, fora os sazonais: Pilsen, Belgian Strong Golden Ale, Red Irish Ale, American Pale Ale (APA) e Weiss Bier. Mas o carro chefe é a Pilsen porque abrange todos os gostos. Depois a mais procurada é a Belgian Strong Golden Ale que ganhou selo prata (Concurso Brasileiro da Cerveja) no ano passado” explicou Mariana.
Ela também disse que como Itajaí tem mais opções de lazer que Jaraguá do Sul, o público acaba privilegiando mais os locais que cria uma relação mais forte. “É como se sentir acolhido no ninho. Como fizemos 5 anos em maio, a galera sente um carinho maior, até porque não temos muitos pubs na cidade”, finaliza Sartori.