O Brasil poderá acompanhar um eclipse parcial da Lua que, ao contrário de um eclipse solar, pode ser observado a olho nu sem qualquer risco para a visão. O fenômeno ocorre quando parte da Lua passa pela umbra, a sombra mais escura da Terra, o que faz com que uma pequena área de sua superfície escureça. “No eclipse parcial, a Lua começa a atravessar a umbra, e podemos ver uma ‘mordida’ escura se formando, que aumenta até atingir o máximo do eclipse”, explica Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional.
O eclipse passará por três fases: a fase penumbral, em que a Lua atravessa a penumbra — uma sombra mais clara que não altera sua aparência a olho nu; a fase parcial, quando a umbra escurece uma pequena porção da superfície lunar; e a fase final, com a Lua saindo da umbra e retornando à penumbra.
No ponto máximo do eclipse parcial, apenas 3,5% da área da Lua estará escurecida. Josina também destaca que “não é preciso nenhum equipamento especial para observar o eclipse lunar, ao contrário do eclipse solar, que requer proteção para os olhos”.
A melhor condição para ver o eclipse é em locais onde o céu esteja limpo, sem nuvens, e a Lua visível acima do horizonte. Como o eclipse ocorre durante a lua cheia, será possível observá-lo durante toda a noite, desde que o clima permita.
O fenômeno acontecerá na noite de terça-feira (17/09/24), com a fase penumbral começando às 21h41, horário de Brasília. O eclipse parcial começará às 23h12, atingindo seu ápice às 23h44. O evento seguirá até a madrugada de quarta-feira (18), com o fim da fase penumbral às 1h34.
Para aqueles que não puderem observar o fenômeno diretamente, o Observatório Nacional transmitirá ao vivo todo o evento como parte do programa “O céu em sua casa: observação remota”, permitindo que o público acompanhe o eclipse online.
Logo após o eclipse parcial da Lua, um eclipse solar anular ocorrerá no dia 2 de outubro, também com transmissão ao vivo pelo Observatório Nacional. Ambos os fenômenos estão relacionados ao alinhamento dos corpos celestes, resultante da inclinação de aproximadamente 5 graus na órbita da Lua em relação ao plano orbital da Terra.
ALERTA
A pesquisadora ainda alerta para os cuidados a serem tomados ao se acompanhar um eclipse solar. “Em hipótese alguma olhe diretamente para o Sol ou com óculos escuros. Se fizer isso, sua retina ficará com pontos queimados para sempre. Além disso, em hipótese alguma use binóculos, telescópios ou qualquer lente, pois o risco de ficar imediatamente cego é imenso. Só pode olhar para o Sol com filtro soldador 14, que se compra em lojas de ferragens ou óculos próprios para observação do Sol, fornecidos por órgãos certificados”, finaliza.