Em um dia de tensões no mercado brasileiro e internacional, o dólar encostou em R$ 5,80 e atingiu o maior valor em dez meses. A bolsa de valores (B3) caiu quase 4% e fechou no nível mais baixo desde o início de março.
O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (8) vendido a R$ 5,778, com alta de R$ 0,095 (+1,67%). A divisa operou o dia inteiro em alta, em torno de R$ 5,72, mas intensificou a alta a partir das 15h30, após a divulgação da decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A cotação está no nível mais alto desde 15 de maio de 2020, quando a moeda norte-americana tinha fechado em R$ 5,839. A divisa acumula alta de 11,36% em 2021.
No mercado de ações, a sessão também foi marcada pela instabilidade. O índice Ibovespa, da B3, fechou a segunda-feira aos 110.612 pontos, com recuo de 3,98%. O indicador está no menor nível desde o dia 1º, quando tinha fechado próximo aos 110,3 mil pontos.
O Ibovespa acelerou a queda após a divulgação da decisão de Fachin, mas vinha sendo influenciado por fatores externos. O indicador operou em baixa durante toda a sessão.
Além das tensões políticas no Brasil, a alta no rendimento dos títulos do Tesouro norte-americano está pressionando mercados emergentes. Considerados os investimentos mais seguros do mundo, esses papéis estão com as taxas mais altas registradas desde fevereiro do ano passado, antes da pandemia de covid-19.
Rendimentos mais altos nos títulos públicos norte-americanos estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil. A aprovação do pacote de ajuda de US$ 1,9 trilhão pelo Senado dos Estados Unidos não acalmou os investidores. Isso porque o mercado teme que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) antecipe a alta dos juros por causa da alta da inflação na maior economia do planeta, por causa do estímulo econômico.
Agência Brasil