Beber somente leite fervido ou pasteurizado e consumir produtos de origem animal de procedência segura são as principais recomendações para evitar a brucelose humana, doença que pode provocar infecções crônicas, alerta a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
A doença é transmitida ao homem por meio da ingestão de produtos lácteos não pasteurizados, carnes mal cozidas e derivados provenientes de animais infectados pela bactéria (Brucella), que causa brucelose nos animais, especialmente em bovinos, suínos, caprinos e ovinos. Os produtores e trabalhadores do meio rural também devem ficar atentos ao manuseio dos animais. “Outra forma de transmissão da brucelose ao homem é pelo contato com tecidos, sangue, urina, placenta e fetos abortados de animais doentes”, explica Suzana Zeccer, gerente de Zoonoses da Dive.
Nos humanos, os sinais e sintomas são febre contínua, intermitente ou irregular, dores de cabeça, suores noturnos, dores musculares e articulares. “Essas condições clínicas podem mimetizar uma grande variedade de doenças, infecciosas ou não, dificultando o diagnóstico. Para tanto, é de extrema importância considerar a história epidemiológica do paciente, verificando se houve contato com animais infectados ou ingestão de produtos contaminados”, ressalta Suzana.
Em Santa Catarina, os casos de brucelose bovina são informados pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) às secretarias de saúde dos municípios, que fazem a investigação da doença nas pessoas que tiveram contato com os animais doentes. Os casos confirmados de brucelose humana são notificados pelo município e monitorados pela Dive. O tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS. Em 2016, 108 pessoas foram diagnosticadas com brucelose no estado, 69 a menos do que o registrado no ano anterior. Em 2017, 53 casos foram diagnosticados até o momento.
Santa Catarina é o estado brasileiro com a menor incidência de brucelose bovina. Com apenas 0,9% dos rebanhos infectados, o estado é classificado pelo Ministério da Agricultura como de Risco Muito Baixo. De acordo com a Cidasc, existem 200 mil propriedades com bovinos no estado. Em 2017, foram detectados focos de brucelose em animais de 148 propriedades até o momento. Dessas, 102 ainda estão em processo de saneamento, segundo a Cidasc. Os animais acometidos pela doença são abatidos sanitariamente e o restante do rebanho passa por testes periódicos até ser verificada a eliminação da doença do rebanho. Os proprietários podem ser indenizados pela Secretaria da Agricultura, por meio do Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fundesa).
Como evitar a brucelose humana:
- Beber somente leite fervido ou pasteurizado;
- Consumir produtos de origem animal de procedência segura.
Para produtores rurais:
- Usar equipamentos de proteção individual no trato dos animais, para evitar o contato direto com animais doentes ou potencialmente infectados;
- Manusear fetos abortados e restos de placenta com luvas impermeáveis;
- Queimar e enterrar fetos abortados e restos de placenta;
- Desinfetar o local onde ocorreu o aborto, utilizando água sanitária;
- Lavar bem as mãos com água e sabão, caso tenha entrado em contato com material suspeito (feto, placenta, líquido do parto etc);
- Realizar periodicamente os exames nos animais e abater sanitariamente os que forem diagnosticados como positivos;
- Notificar à Cidasc os casos de aborto de bovinos na propriedade;
- Introduzir no rebanho somente animais com atestado de exame negativo para brucelose e consultar regularmente um médico veterinário.
Fonte: Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive)