Por enquanto o trânsito está sossegado na cidade. Mas basta o ritmo da cidade retornar ao normal, com a volta às aulas para percebermos que existem carros demais nas ruas. Se em tempos normais, antes era só no horário de pico, agora mesmo durante a tarde ou noite, o trânsito está mais intenso.
Só em 2015 entraram em circulação 4.830 veículos, como automóveis, caminhonetes, camionetas e utilitários; totalizando 186.034 rodando na cidade. Esses números do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SC) não incluem motos, caminhões, ônibus e tratores. Juntando tudo, são 245.328 veículos disputando espaço nas ruas blumenauenses.
Hoje nossa cidade tem um número de carros por habitantes superior ao da maior cidade do estado. A partir de uma estimativa populacional feita pelo IBGE em julho de 2015, existem quase 55 carros para cada 100 habitantes de Blumenau, enquanto em Joinville são 6 a menos. Pelos dados do IBGE, nossa cidade teria 338.876 habitantes contra 562.151 de Joinville. Sentiram a diferença?
Imaginem se as vendas do mercado automotivo tivessem sido melhores no ano passado. Podemos abrir ruas onde é necessário, mas ampliar as atuais será um processo sem fim. Por isso as soluções de mobilidade devem se concentrar em usar melhor o espaço físico atual, através de transportes coletivos seguros e de qualidade. Em vez de 1 ou 2 pessoas em um carro, no mesmo espaço poderiam estar 6 se estivessem em um ônibus, van, aeromóvel, etc.. Dentro do novo plano diretor, devem vir novas soluções, apresentadas durante o ano nas várias audiências públicas.
Antes de resolvermos esta questão, existem outras. Segurança eficiente nas ruas para quem se desloca a pé e espera em um ponto de ônibus e terminais. Pontualidade e mais conforto (mobiliário interno, ar condicionado, espaço/lotação, etc..) para os usuários. E por fim, empresas que façam uma gestão sem comprometer todo o sistema do transporte público, evitando greves por falta de pagamento (salário, 13º, vale-refeição).
Quem usa os ônibus, na maioria dos casos, não vê a hora de se livrar dessa forma de transporte coletivo. Vamos torcer para que um dia – o mais breve possível – seja o contrário.