Entrevista e fotos: Luciano Bernz | Texto: Claus Jensen
O Brasil viveu emoções fortes neste domingo (17/4/16). Não recordo outro momento do país, onde a Rede Globo dedicou tanto tempo à uma votação na Câmara dos Deputados. A perda de faturamento é representativa. Em Blumenau, manifestantes a favor do impeachment acompanharam toda votação em um telão montado na frente da prefeitura sob um sol escaldante.
E com o frescor da noite, a vibração foi enorme quando o Deputado Federal Bruno Araújo (PSDB/PE) deu o 342º voto a favor da admissibilidade de crime de responsabilidade, permitindo o prosseguimento do processo de impeachment no senado. Nossos colaboradores acompanharam vários momentos dessa tarde quente.
O evento foi organizado pelo Movimento Brasil Livre de Blumenau, que trouxe um guindaste onde penduraram uma faixa “Dilma, seu governo acabou”, também teve Pixuleco e até distribuição de coxinhas. Conversamos com Thiago Gabriel Schulze, coordenador do MBL de Blumenau.
OBlumenauense: Hoje foi um dia especial para todos os movimentos de rua que pediram o impeachment de Dilma nos últimos dois anos. Qual o sentimento com a vitória da oposição que abre esse processo?
Thiago Gabriel Schulze: Os movimentos de rua colocaram 3 milhões na rua nessas manifestações, por isso esse resultado é muito gratificante. O governo vivia falando que somos pagos e financiados por partido políticos. Mas estou direto na rua, seja coordenado, batalhando, sacrificando minha vida pessoal para me dedicar ao MBL e ver uma vitória dessas na rua.
Mas a luta continua e nós vamos derrubar esse governo, porque queremos um Brasil mais livre, com um mínimo de estado. Quanto maior o poder que colocamos no Estado, maior a possibilidade de corrupção. A saída de Dilma, uma comunista, vai contribuir em muito com esse processo. Hoje só demos o primeiro passo, afinal ela não saiu ainda.
Não adianta remar até aqui e morrer na praia, temos que focar no Senado. Entre os dias 5 e 11 de maio ela deve ser afastada , quando será instaurado o processo, que torcemos dar certo lá também.
OBlumenauense: O MBL já tem um cronograma de ações para esse período?
Thiago Gabriel Schulze: Nós temos a operação Minerva dentro do MBL Brasil, onde mandamos mensagens e ficamos encima dos senadores que são contra o impeachment ou estão indecisos. Esse é o nosso trabalho. Vamos insistir, pressionar, cobrar, usar nosso Facebook nacional, para que possamos concluir e vencer essa guerra. A partir daí ir para uma outra etapa. Assim o Brasil fica livre da via regressa.