Cuidado com sua coluna!

 

Por *Ana Paula S. Gobo, Fisioterapeuta 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 80% dos adultos terão pelo menos uma crise de dor lombar durante a sua vida, e 90% destes apresentarão mais de um episódio.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as dores da coluna (cervical, torácica, lombar e pélvica) são a segunda condição de saúde mais prevalente do Brasil entre as patologias crônicas. E a dor lombar é a causa mais frequente de incapacidades e falta ao trabalho, causando, desta forma importante impacto econômico e social.

A dor lombar, ou lombalgia, é caracterizada por dor, desconforto, fadiga ou rigidez nos músculos e articulações na região compreendida entre a última costela e a prega glútea inferior, com ou sem irradiação para a perna. Estas dores e irradiações podem ter origem em diferentes estruturas da coluna como: disco intervertebral, articulações e ligamentos, músculos, dentre outras e cada estrutura possui uma característica própria de como a dor irá se manifestar.
Atualmente, a hérnia discal lombar é um dos problemas de saúde mais frequentes da atualidade, e a expectativa é de que o número de pessoas acometidas por este problema seja de ordem crescente. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que cerca de 80% dos adultos terão pelo menos uma crise de dor lombar durante a sua vida, e 90% destes apresentarão mais de um episódio.

A lombalgia pode surgir por diversas causas, tais como: processos degenerativos, inflamatórios, alterações congênitas, mecânico-posturais e estilo de vida ou comportamento (sedentarismo, obesidade, tabagismo, ocupação, alimentação, hábitos de vida). Dentre as alterações degenerativas mais comuns da coluna lombar está a hérnia de disco, problema que atinge 5,4 milhões de brasileiros, segundo o IBGE, e entendido como consequência do desgaste da disco que fica entre as vértebras.

A localização mais comum da hérnia de disco lombar é no disco que fica entre a quarta e quinta vértebra lombar (L4/L5) e entre a quinta vértebra e o sacro (L5/S1), responsáveis na maioria das vezes pelo quadro conhecido como lombociatalgia (dor ciática).

O disco intervertebral é formado por duas partes (o núcleo que é uma espécie de líquido viscoso e o ânulo fibroso que possui cartilagem), essas partes em conjunto tem a função basicamente de amortecer e auxiliar nos movimentos da coluna. A hérnia de disco ocorre quando o ânulo fibroso se enfraquece permitindo a saída de parte do núcleo pulposo através da falha, que poderá levar a diversos sintomas, tanto pela compressão mecânica das raízes nervosas correspondentes, quanto pela liberação de substâncias irritativas que podem levar à dor pela simples proximidade.

 

 

Os sinais mais comuns e com provável origem no disco são:

  • Dores localizadas nas regiões onde existe a lesão do disco;
  • Irradiação da dor para as pernas e pés;
  • Dor aguda e se manifesta preferencialmente quando o corpo é submetido às forças da gravidade (sentado, em pé);
  • Dor aumenta com a flexão anterior (abaixar) do tronco;
  • Dor aumenta com esforços que aumentam a pressão abdominal (tossir, espirrar, defecar, fazer esforços prendendo a respiração);
  • Sintomas neurológicos nas pernas e pés (sensação de formigamento, dormência, agulhada, fisgada, queimação…).

Na maioria dos casos, os sintomas melhoram naturalmente com três meses e as pessoas voltam a ter uma vida normal, mas o repouso e os medicamentos não devolvem a funcionalidade nem fortalecem os músculos que ficaram fracos com a doença, fato esse que colabora para as crises e dores lombares recorrentes, além do surgimento de outras dores a distância. O corpo é capaz de se adaptar aos problemas que geraram a hérnia mas para isso acaba gerando várias compensações, sobrecargas, se desgastando e com o passar do tempo dores em diversos lugares podem aparecer.

Portanto, mesmo o paciente se sentindo bem sem tratamento, é importante que ele faça um programa de tratamento voltado para a funcionalidade normal da coluna e para o seu fortalecimento.No que se refere ao tratamento das hérnias de disco temos: o tratamento cirúrgico e tratamento conservador com reabilitação (associado ou não à infiltração epidural).A cirurgia é indicada nos casos mais graves onde há perda progressiva e significativa da força das pernas, dor incapacitante, perda de sensibilidade na região genital e incontinência urinária ou fecal ou em casos de falha do tratamento conservador.

Com o desenvolvimento de pesquisas na área da reabilitação, a quantidade de recursos terapêuticos para o tratamento conservador da hérnia de disco vem aumentando, e técnicas que envolvam a terapia manual como a Osteopatia, a tração mecânica, a mobilização neural, as técnicas de mobilização articular, a reeducação postural global (RPG) e o pilates têm sido indicados como tratamento. Portanto, a melhor alternativa para tratar as dores na coluna é procurar profissionais de saúde capacitados, para realizar uma avaliação específica e identificar qual estrutura está apresentando sobrecarga e sofrimento e a partir disso realizar o tratamento multiprofissional adequado.

 

Ana Paula S. Gobo – Fisioterapeuta  (CREFITO 215176-F)

Graduada em Fisioterapia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Formação em Terapia Manual pelo ITAP, Pós-Graduanda em Osteopatia pela Escola de Osteopatia de Madrid, Fisioterapeuta do ITC Vertebral – Unidade Blumenau

(47) 3066-1330 / 99124-7181
E-mail: blumenau@itcvertebral.com.br