Conheça o projeto “Amor Multiplicado” lançado pela Comarca de Gaspar (SC)

Iniciativa oferece três modalidades de apadrinhamento para conectar crianças e adolescentes a membros da comunidade dispostos a oferecer apoio emocional, financeiro ou serviços.

Fórum de Gaspar

O projeto “Amor Multiplicado” foi criado com o objetivo de oferecer apoio a crianças e adolescentes que vivem em acolhimento institucional, muitas vezes sem chances de adoção ou reinserção familiar. São jovens que, ao longo de suas vidas, enfrentaram situações difíceis, como a perda de contato com suas famílias e a necessidade de se adaptar a uma nova realidade em abrigos. Diante desse cenário, a Comarca de Gaspar, por meio da Vara da Infância e Juventude, lançou essa iniciativa para criar novas possibilidades de convivência e inclusão social.

A juíza Camila Murara, responsável por instituir o projeto por meio da Portaria n. 2/2024, explica que a proposta visa proporcionar a esses jovens a oportunidade de experimentar a convivência familiar e comunitária, algo essencial para seu desenvolvimento emocional. O projeto é estruturado em três modalidades de apadrinhamento, cada uma delas desenhada para atender diferentes formas de apoio que a comunidade pode oferecer.

Na modalidade de apadrinhamento afetivo, padrinhos e madrinhas podem compartilhar momentos especiais com as crianças e adolescentes, como passeios durante os finais de semana e feriados, proporcionando um ambiente de carinho e interação. Já o apadrinhamento como prestador de serviços permite que profissionais ou empresas ofereçam serviços voluntários diretamente para as instituições de acolhimento, como aulas de reforço, atividades esportivas ou outros tipos de qualificação. Por fim, o apadrinhamento provedor oferece uma alternativa para quem deseja contribuir materialmente, com doação de itens essenciais ou apoio financeiro para atividades educativas, garantindo que esses jovens tenham acesso a recursos que os ajudem em seu desenvolvimento.

Atualmente, o projeto “Amor Multiplicado” está em fase de cadastramento de padrinhos e madrinhas, e já conta com 10 adolescentes disponíveis para apadrinhamento nas três modalidades, sendo seis meninas e quatro meninos. Para as crianças, há nove aptas a participar das modalidades de prestação de serviços e provedor. O projeto abrange os municípios de Gaspar e Ilhota, e a expectativa é que mais membros da comunidade se mobilizem para participar.

Para a juíza Camila Murara, essa iniciativa é uma forma de transformar a realidade desses jovens. “Convido todos a participar do projeto ‘Amor Multiplicado’, que oferece diferentes modalidades de apadrinhamento. Sua participação pode significar uma verdadeira transformação na vida desses adolescentes, oferecendo carinho, qualificação, apoio e a esperança de um futuro melhor”, afirmou.

O projeto, no entanto, não é voltado apenas para a convivência ocasional. Ele tem como público-alvo jovens com poucas chances de adoção ou reinserção familiar, buscando oferecer a esses adolescentes uma base de estabilidade emocional e inclusão social, muitas vezes ausente em suas trajetórias de vida. Para garantir a seriedade do processo, os candidatos a padrinhos ou madrinhas passam por uma rigorosa avaliação, que inclui análise psicológica e social.

Quem pode participar?

Qualquer pessoa maior de 18 anos pode se inscrever para apadrinhar. Para o apadrinhamento afetivo, é necessário que a diferença de idade entre o padrinho e o afilhado seja de pelo menos 16 anos, e o candidato não pode estar inscrito em cadastros de adoção.

Para a inscrição, os interessados devem apresentar documentos como carteira de identidade, CPF, comprovante de residência, certidões cíveis e criminais negativas (estadual e federal), além de uma fotografia recente e a ficha cadastral preenchida. Outro requisito é que o candidato comprove não estar vinculado a nenhum cadastro de adoção.

Se o padrinho ou madrinha for uma pessoa jurídica, os documentos necessários incluem cópias da identidade ou CPF do sócio majoritário ou diretor, CNPJ, alvará de localização e funcionamento, além da ficha cadastral.

Nos casos de padrinhos ou madrinhas casados ou em união estável, é preciso que o cônjuge ou companheiro apresente os mesmos documentos e concorde formalmente com a participação. Se o padrinho mora com outras pessoas, é necessária a concordância de todos os moradores, independentemente da idade.

O projeto “Amor Multiplicado” é uma oportunidade para a comunidade de Gaspar e Ilhota fazer a diferença na vida de crianças e adolescentes que, muitas vezes, só precisam de alguém que lhes dê a chance de acreditar em um futuro melhor. Os interessados podem obter mais informações e se inscrever no Fórum de Gaspar.