Quem passa pelas rodovias aqui da região de Blumenau, percebe casinhas bem simples ou meras tendas esticadas, com pessoas sentadas às margens da via. O Soni Robinson Witte resolveu parar em uma delas e conversar com os trabalhadores que ali se encontravam, conhecidos pelos caminhoneiros como chapas. Eles trabalham em 4 ou 5 pessoas e receberam o Soni muito bem, fazendo até pose para as fotos.
A expressão “chapa” não é nada mais do que trabalhador que faz a carga e descarga de mercadorias diversas. Questionados sobre as maiores dificuldades, apontaram a falta de uma regulamentação para este tipo de trabalho, a falta de sindicatos, resultando na falta de qualquer direito trabalhista. Também não contribuem com INSS, pois segundo eles, o que ganham é muito pouco. Outro problema é a regularidade de trabalho. Hora tem serviço, hora não. Às vezes chegam a passar uma semana sem nenhum caminhão para carregar ou descarregar.
O preço pelo serviço é sempre variável e negociável, dependendo do tipo de mercadoria. Geralmente descarregam o que aparecer; desde cal, cimento, móveis, malhas, etc. A forma de contato com os caminhoneiros é pelo celular, e geralmente trabalham em 4 ou 5.
Entre os casados e solteiros, todos moram nas imediações e trazem marmita ou lanches para a sua alimentação diária. O que trabalha mais tempo com isso é conhecido pelo apelido de Moleza. Com 61 anos, o Sr. Ivan não sabe precisar quanto tempo está na área, mas estima que seja no mínimo uns 35 anos. Antoni, outro chapa, era o mais comunicativo e respondia todas as perguntas prontamente.
Fotos e dados: Soni Robinson Witte