Caso Jaguar: motorista acusado de duplo homicídio vai a júri popular em Gaspar

Um forte esquema de segurança protege o fórum da cidade nesta quarta-feira (19/06). Familiares das vítimas pedem Justiça.

Fórum da Comarca de Gaspar (SC) | Foto: Paulo Flores

Na manhã desta quarta-feira (19/06/24), começou o julgamento de Evanio Wylyan Prestini. Em 23 de fevereiro de 2019, ele dirigia um automóvel da marca Jaguar que colidiu de frente com um Fiat Palio na BR-470, em Gaspar (SC).

No acidente, morreram as passageiras Suelen Hedler da Silveira e Amanda Grabner. A motorista do Palio, Thainara Schwartz, e a passageira Thayná Cirico, sofreram ferimentos leves e foram liberadas do hospital um dia após o acidente. Já a passageira Maria Eduarda Kraemer ficou internada por algumas semanas e precisou passar por cirurgias.

Foto: Bombeiros de Gaspar

O réu está presente no julgamento que ocorre no Tribunal do Júri do Fórum da comarca de Gaspar, cerca de cinco anos após o acidente. Atuam no caso quatro advogados e dois promotores, que dispensaram cinco testemunhas: quatro de acusação e uma de defesa.

Os jurados que irão decidir o caso já foram sorteados. O julgamento está sendo conduzido pela juíza Griselda Rezende de Matos Muniz Capellaro.  Um forte esquema de segurança protege o Fórum de Gaspar, onde familiares das vítimas pedem justiça.

Prestini enfrenta acusações de duplo homicídio consumado, três tentativas de homicídio e dirigir sob a influência de álcool, conforme o artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro. O processo, que envolve várias testemunhas e vítimas, pode prolongar a sessão de julgamento por até dois dias.

Na época do acidente, um vídeo gravado horas antes mostrava o Jaguar realizando manobras perigosas na BR-470. Em determinado momento, o veículo invadiu a pista contrária. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi informada sobre a situação, mas não conseguiu deter o motorista antes da tragédia.

No teste do bafômetro realizado pela PRF, foi constatada a presença de 0,72 mg/l de álcool por litro de ar expelido dos pulmões. Dentro do carro, foram encontradas várias garrafas de bebida alcoólica.

O réu ficou preso até julho de 2019, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) atendeu ao pedido da defesa, considerando a ausência de perigo à ordem pública. O Ministério Público tentou, mas não conseguiu reverter a decisão, e desde então, Prestini responde ao processo em liberdade. Em agosto de 2023, a defesa também tentou evitar que o réu fosse levado a júri popular, mas desta vez o STF não cedeu.