Empreendedores de pequenos negócios estão fazendo mais empréstimos. Os objetivos principais são aumentar o mix de produtos e investir em infraestrutura.
A economia brasileira, em 2014, deve andar de lado, segundo o especialista em varejo e consultor da SBA Associados, Nelson Jorge Leite, ou seja, o crescimento deve ficar aquém do desejado. Contudo, esta não parece ser a realidade para o empreendedor de pequenos negócios em Santa Catarina. O grupo está buscando mais recursos e se preparando para enfrentar o ano. Isso é que demonstram os dados do BluSol, instituição de microcrédito com sede em Blumenau.
Apenas na primeira quinzena de janeiro de 2014 a instituição aumentou em 35% o número de operações e a quantia emprestada ao empreendedor de pequenos negócios se comparado ao mesmo período do ano passado. “Eles vêm em busca de capital de giro para estruturar os negócios. Assim, podem comprar à vista e ter mais poder de barganha. Outra finalidade do empréstimo é o investimento em maquinário”, aponta o gerente da unidade de Blumenau, Arlindo Sehnem Filho.
Normalmente, janeiro é um mês mais tímido, mas o pequeno empreendedor não tem a dificuldade que as empresas de médio e grande porte possuem em relação à alta carga tributária. Além disso, Sehnem acrescenta outra justificativa: “Os empresários de pequenos negócios topam desafios que os maiores, neste momento tão difícil da economia, preferem não encarar, até mesmo porque envolvem estruturas mais complexas”.
O valor médio das operações feitas por esse grupo varia de R$ 3.500,00 a R$ 4.000,00. Em geral, o recurso é investido em compra de maquinário, como é o caso das facções de costura. Já para o comércio o objetivo é ampliar o mix de produtos. Um investimento em comum é a compra de veículos para fazer a distribuição dos produtos.
Mesmo com o alto número de operações, o índice de cobrança se mantém estabilizado. Sehnem explica que atualmente a inadimplência está em torno de 1,35%, o que representa uma cobrança muito controlada. Para o gerente, esse baixo índice está diretamente relacionado com o empréstimo feito de forma responsável. “Emprestamos aquilo que o empreendedor pode absorver, o que o seu projeto de negócio comporta. Nosso foco é o microcrédito produtivo e orientado, lembrando sempre do aspecto social, afinal atendemos empreendedores que estão fora do mercado tradicional de bancos e cooperativas”, afirma.
Ao buscar recursos financeiros na instituição, o empreendedor recebe orientação sobre como aplicar o dinheiro de forma correta e assim crescer e até mesmo sair da informalidade, já que 50% dos clientes ainda fazem parte dessa categoria.
Texto: Karin Bendheim