O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nesta quinta-feira (15/05/25) o primeiro caso de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) em uma granja comercial no Brasil. O foco foi identificado em um matrizeiro de aves no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul.
Até então, o Brasil registrava casos apenas em aves silvestres. Desde 2006, o vírus circula com frequência em países da Ásia, África e norte da Europa, mas ainda não havia atingido o sistema de produção comercial brasileiro.
Em 2024, o Brasil manteve sua posição de liderança global na exportação de carne de frango, com embarques totais de 5,139 milhões de toneladas e receita de US$ 9,614 bilhões. Os principais destinos das exportações brasileiras foram a China (11% do volume total), Emirados Árabes Unidos (9%), Japão (9%), Arábia Saudita (8%) e África do Sul (7%). Outros mercados relevantes incluíram Filipinas, União Europeia, Iraque, México e Coreia do Sul, que juntos representaram 38% das exportações.
Risco ao consumo é inexistente, diz Mapa
O Mapa reforça que não há risco de transmissão da doença por meio do consumo de carne de frango ou ovos. Produtos de origem avícola inspecionados seguem seguros para o consumo, tanto no Brasil quanto no exterior. A gripe aviária raramente afeta humanos, e quando ocorre, está associada ao contato direto com aves infectadas.
Ações de contenção foram acionadas
As medidas de controle e erradicação previstas no Plano Nacional de Contingência já foram colocadas em prática. O objetivo é conter o avanço do vírus, proteger a capacidade produtiva da avicultura e manter o abastecimento de alimentos no país.
O Ministério também notificou os órgãos nacionais e internacionais envolvidos na vigilância animal, como a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), os Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, e demais elos da cadeia produtiva.
Santa Catarina em alerta, mas sem registros
Em Santa Catarina, que é o segundo maior exportador de carne de frango do Brasil, os olhos estão atentos. Em 2024, o estado exportou 1,17 milhão de toneladas, movimentando US$ 2,29 bilhões. Apenas nos primeiros quatro meses de 2025, já somou 415,3 mil toneladas e US$ 846,7 milhões em receita — cerca de um quarto de tudo o que o país exportou no período.
Referência em vigilância sanitária, Santa Catarina mantém uma série de ações preventivas como o monitoramento de aves silvestres, inspeções na produção de subsistência, treinamento contínuo de profissionais e controle nos pontos de entrada de animais no país. Medidas que, segundo o Mapa, ajudaram a manter o vírus fora da avicultura comercial por quase duas décadas.