Blumenau tem 11 pessoas internadas com meningite, a maioria bacteriana

Agosto termina com quase um caso por dia. Em maio, uma mulher que estava internada morreu.

Os casos de meningite têm preocupado Blumenau. Nesta semana, o Secretário de Promoção da Saúde, Marcelo Lazarim, informou que, nos últimos dois meses, a Vigilância Epidemiológica do município notificou mais de 40 casos da doença, sendo a maioria em crianças.

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, até a tarde desta quinta-feira (31/08/23), havia 11 pessoas internadas em hospitais do município. Dentre elas, seis são crianças menores de cinco anos que contraíram meningite bacteriana.

Os demais são todos adultos: quatro deles com meningite viral e um de outra cidade, cujo tipo da doença não foi informado. Em maio, uma mulher de 65 anos, que estava internada com meningite bacteriana, não resistiu e faleceu. Ela também era residente de outro município, mas estava internada em um hospital de Blumenau.

O mês de agosto terminará com um total de 29 pacientes diagnosticados com a doença, um número alarmante, visto que são quase um caso por dia. Por outro lado, mais da metade já recebeu alta.

O que é a meningite?

Segundo a Secretaria de Saúde de Santa Catarina, a meningite é um processo inflamatório das meninges (membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal), o qual pode ser causado por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus, parasitas e fungos, ou também por processos não infecciosos.

No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica. Desse modo, casos da doença são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais, sendo mais comum a ocorrência das meningites bacterianas (as quais podem ser graves) no inverno e das virais no verão.

Os sinais e sintomas de meningite podem surgir repentinamente e são febre, dor de cabeça, rigidez ou dor no pescoço, náuseas e vômitos. Manchas vermelhas ou roxas, pequenas ou grandes, na pele, podem indicar doença mais grave (meningococcemia). Mudanças de comportamento como confusão, sonolência e dificuldade para acordar podem, também, ser sintomas importantes. Em recém-nascidos e lactentes, os únicos sinais e sintomas de meningite podem ser febre, irritação, cansaço e falta de apetite.

Sempre que alguém apresentar ou observar esses sinais e sintomas, deve procurar imediatamente assistência médica, para assegurar-se do diagnóstico e iniciar o tratamento o mais precocemente possível.

Foto: Neiva Daltrozo / Arquivo / Secom

Formas de prevenção

  • Mantenha os ambientes ventilados;
  • Lave as mãos com água e sabão frequentemente;
  • Mantenha uma higiene rigorosa nos utensílios do dia a dia.

 

Tipos de meningite

Bacteriana: Esta é a forma mais grave de meningite. Geralmente, as bactérias se espalham de uma pessoa para outra por meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Já outras bactérias podem se espalhar por meio dos alimentos, como é o caso da Listeria monocytogenes e da Escherichia coli.

É importante saber que algumas pessoas podem transportar essas bactérias sem estarem doentes. Essas pessoas são chamadas de “portadoras”. A maioria dessas pessoas não adoece, mas ainda assim pode espalhá-las para outras pessoas.

Viral: Mais comum que a bacteriana, a meningite viral geralmente é menos severa. No caso dos Enterovírus, a contaminação é fecal-oral, e os vírus podem ser adquiridos por contato próximo (tocar ou apertar as mãos) com uma pessoa infectada; tocar em objetos ou superfícies que contenham o vírus e depois tocar nos olhos, nariz ou boca antes de lavar as mãos, trocar fraldas de uma pessoa infectada, beber água ou comer alimentos crus que contenham o vírus. Já os arbovírus são transmitidos por meio de picada de mosquitos contaminados.

Fúngica: Relativamente rara, a meningite fúngica ocorre mais frequentemente em indivíduos com sistemas imunológicos debilitados

A meningite fúngica não é transmitida de pessoa para pessoa. Geralmente os fungos são adquiridos por meio da inalação dos esporos (pequenos pedaços de fungos) que entram nos pulmões e podem chegar até as meninges.

Alguns fungos encontram-se em solos ou ambientes contaminados com excrementos de pássaros ou morcegos. Já um outro fungo, chamado Candida, que também pode causar meningite, geralmente é adquirido em ambiente hospitalar.

 

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza quatro tipos de vacinas que previnem a meningite bacteriana, são elas:

  • Vacina BCG: previne a meningite tuberculosa;
  • Pentavalente: protege contra a meningite causada pelo tipo B
  • Meningocócica C: previne a meningite bacteriana causada pelo meningococo do sorogrupo C;
  • Vacina Pneumocócica 10-valente: protege contra a meningite causada por dez sorotipos de Streptococcus pneumoniae.

Fontes: Secretaria de Saúde de SC e Ministério da Saúde