Entrevista: João Paulo Taumaturgo | Texto final: Claus Jensen
A bicampeã olímpica em Pequim 2008 e Londres 2012, Fabiana Alvim de Oliveira, mais conhecida como Fabi, chegou nesta sexta-feira (4) para Blumenau. Ela participou da abertura da 45ª Jornada Esportiva Catarinense (Jeca), que reúne as Associações Atléticas do Banco do Brasil (AABB) de 24 cidades de Santa Catarina.
O João Paulo Taumaturgo participou do evento que aconteceu na sede da AABB de Blumenau, nesta manhã de sábado (5). A 45ª JECA iniciou às 8h50min e ele aproveitou para conversar com ex-líbero de vôlei da seleção brasileira de voleibol. Entre os principais assuntos, estavam esporte, olimpíadas e sua impressão sobre Blumenau.
OBlumenauense: Fabi, bom você estar aqui em Blumenau nesse evento das AABBs. Qual a tua visão do vôlei nesse dentro do cenário esportivo brasileiro?
Fabi: Estamos a um ano de sediar o maior evento esportivo do mundo, que são os Jogos Olímpicos. Existe uma expectativa muito grande no voleibol, já que nas últimas duas Olimpíadas, o Brasil saiu vencedor no feminino e medalha de prata no masculino. A expectativa é nos sairmos bem jogando em casa e que possamos atingir nossas metas dentro do cenário esportivo. Nossa seleção brasileira de voleibol é a única tricampeã olímpica.
Isso tudo deve mobilizar o país inteiro para torcer às nossas seleções, deixando um legado esportivo, que plante a sementinha do esporte. Assim teremos cidadãos mais saudáveis, conscientes da saúde e quem sabe formar novos atletas. Eu que tenho essa oportunidade de rodar um pouco o país, e percebo essa fomentação que a Olimpíada tem causado. Nesse evento das AABBs por exemplo, é impressionante o envolvimento das pessoas. Por isso tenho certeza que colheremos bons frutos como país, depois de 2016.
OBlumenauense: Quando entrevistamos esportistas, inclusive medalhistas olímpicos e paramericanos, é muito comum ouvir reclamações em relação a valorização do esporte. O Brasil tem tendência ao futebol. Como atleta do vôlei, você acha que essa mentalidade já está mudando?
Fabi: Em relação a seleção brasileira, o voleibol não pode reclamar de termos bons patrocinadores. Um deles é o Banco do Brasil, que já apóia a seleção faz 20 anos. No vôlei como um todo no país, que contribui para a formação da seleção, há uma ausência ou descontinuidade de grandes patrocinadores. Falando de esporte em geral, a gente espera que através dos resultados, o impacto das Olimpíadas no Brasil seja grande e reflita uma mudança após o evento, mostrando para as grandes empresas que vale a pena investir no esporte. Dessa forma garantimos a própria continuidade, porque não podemos só pensar em 2016, mas em 2020 e assim por diante.
OBlumenauense: O que achou de Blumenau?
Fabi: Estou triste porque já vou embora. Foi muito rápida minha passagem pela cidade. Mas posso dizer que comi bem [risos], não senti tanto frio quanto esperava e as pessoas são muito acolhedoras. A cidade é mais bacana do que imaginei. Fiquei muito impressionada com a limpeza e organização. Dei uma passada pelas principais ruas de Blumenau, uma delas onde acontecem os desfiles da Oktoberfest, e levarei boas lembranças.
OBlumenauense: Gostaria que você deixasse uma mensagem para quem está começando em qualquer esporte, mas claro, principalmente no vôlei.
Fabi: O esporte entrou na minha vida de uma forma muito social. Eu tinha muitos sonhos de ser uma pessoa melhor, ter uma vida melhor, e foi através dele que eu consegui, independente de ter virado uma atleta ou não. O esporte é um conscientizador, onde você se torna responsável, tem a preocupação com o próximo. Minha mensagem para as crianças que estão começando no esporte, é que façam com muito amor, beleza, se dediquem e sonhem ao máximo. Sonhar é muito importante, independente se irá virar um grande atleta ou não. O fato de se entregar com amor ao que faz, certamente vai te fazer uma pessoa vencedora ao longo da vida.
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