Banco Central eleva previsão de crescimento do PIB para 2024

Inflação também deve subir, impactada por crise climática e tarifas de energia, segundo o governo.

Foto: Marcello Casal [Agência Brasil]

O Banco Central (BC) revisou sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, elevando a expectativa de 2,3% para 3,2%. A atualização foi divulgada nesta quinta-feira (26/09/24), no relatório trimestral de inflação.

Segundo o BC, o principal fator para a revisão foi o aumento do consumo das famílias e dos investimentos produtivos, que seguem em alta ao longo do ano. A autoridade monetária destacou que tanto o consumo quanto os setores mais cíclicos da economia já mostravam sinais de recuperação nos trimestres anteriores.

O relatório também aponta que o desempenho econômico no segundo trimestre de 2024 superou as expectativas. “A atividade econômica brasileira continua mostrando dinamismo, o que levou a uma nova revisão das projeções de crescimento para o ano”, afirma o documento. O PIB cresceu 3,3% em relação ao segundo trimestre de 2023, superando amplamente as previsões anteriores, que indicavam um avanço de 1,6%. Essas previsões estavam na mediana do relatório Focus, que reúne projeções do mercado financeiro.

Inflação

Apesar do crescimento econômico, a inflação também deve registrar alta. A nova projeção do BC para a inflação em 2024 é de 4,31%, um aumento em relação aos 3,96% previstos no relatório anterior. No entanto, a estimativa ainda está abaixo dos 4,37% apontados pelo relatório Focus.

O BC atribui essa elevação ao impacto da crise climática, que encareceu produtos agrícolas e bens industriais. A seca em várias regiões do país tem dificultado a produção, o que deve manter a pressão sobre os preços. A previsão é de que o atraso no plantio da safra de verão afete negativamente o cultivo da safra de inverno no período ideal.

Além disso, o relatório destaca o impacto das condições climáticas nas tarifas de energia. Com chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas, há risco de aumentos nas contas de energia, o que pode pressionar ainda mais a inflação nos próximos meses.

Fonte: Agência Brasil