Assalto na Itoupava Central: desespero, frieza, planejamento e fragilidade da segurança em Blumenau

Imagens das câmeras de videomonitoramento internas

 

 

Imagens das câmeras de videomonitoramento internas

 

Certamente ninguém poderia imaginar o que aconteceu no final da manhã desta sexta-feira (6/09/19) na agência do Banco Bradesco, localizada na Rua Dr. Pedro Zimmermann, no bairro Itoupava Central, em Blumenau.

Uma quadrilha muito bem preparada, levou desespero para clientes, pedestres e funcionários, no assalto que indignou a população da cidade. Além de render todos com fuzis, dispararam vários tiros para intimidar e mostrar quem estava no controle.

Não só isso, mas mostra que planejaram todos os aspectos de sua ação, ao utilizarem o escudo humano durante e depois do assalto. E a frieza ao levarem reféns, uns presos no veículo, que poderiam ter sido atropelados ou sofrer sérios ferimentos durante a fuga. Eles foram libertados logo depois.

 

 

As imagens internas das câmeras de segurança mostram o momento em que entram na agência, obrigam todos a deitar no chão, identificam o gerente, quebram as portas temperadas de vidro, entram na sala onde estão os cofres, e roubam várias sacolas. O valor levado em no máximo  10 minutos ainda não foi divulgado.

Agora tente imaginar o impacto psicológico das pessoas que viram tudo de perto. Felizmente ninguém ficou ferido, talvez teria sido diferente se a polícia chegasse na hora, assim evitou qualquer conflito armado.

 

 

A camionete Nissan Frontier utilizada pela quadrilha foi deixada em um matagal às margens da Rua Wilhelm Knaesel Sênior, no bairro Belchior Alto, em Gaspar.  A via liga as duas cidades.

 

 

Depois do crime, por coincidência, o governador Carlos Moisés disse em um vídeo divulgado pelas redes sociais (e não em uma coletiva de imprensa), que serão enviados 60 policiais militares para Blumenau. Reconheceu a defasagem no município e se comprometeu junto com o comandante geral a dar atenção na nossa segurança. Teremos muito tempo para cobrar, afinal ele assumiu o governo em janeiro.

É um crime difícil de prever, assim como foi o caso da unidade da Fedex, localizada cerca de 3 quilômetros do banco. Na ação também bem planejada, criminosos acessaram a empresa através do aeroporto Quero-Quero e roubaram os malotes que tinham chegado de avião e estavam no carro-forte. Naquele 14 de março desse ano, uma mulher que trabalhava na empresa ao lado, foi atingida por uma bala perdida do forte armamento usado na ação.

 

 

E a pergunta que nos incomoda: algum desses bandidos estava solto e já acumula várias ocorrências criminais? Se a resposta for sim, está na hora de deputados, senadores e juízes terem um papo sério sobre a fragilidade de nosso sistema. Se o crime teve a participação algum líder preso em penitenciária, onde deveria estar isolado e sem comunicação pelo perigo que representam, é uma problema complicado.

Nossas polícias fazem o que podem com seu efetivo reduzido, mas não podem ir contra o que determina a Lei. Se ela manda soltar, eles tem que soltar. Qual será o próximo alvo em Blumenau ou na região?