O Arquivo Histórico José Ferreira da Silva, em Blumenau, passou a disponibilizar para consulta um conjunto de obras raras que ajudam a entender melhor a trajetória de Fritz Müller. O material reúne cartas e registros históricos compilados em cinco volumes, publicados entre 1915 e 1921 por seu sobrinho Alfredo Moeller.
Mais do que documentos antigos, o conteúdo oferece uma imersão na vida do naturalista alemão, cujo nome é Johann Friedrich Theodor Müller (1822–1897). Nascido na Alemanha, Fritz Müller chegou a Santa Catarina em 1852 e se instalou na jovem colônia de Blumenau, onde iniciou pesquisas que viriam a consolidá-lo como referência internacional. Suas cartas, muitas delas enviadas a colegas cientistas da Europa, hoje são peças valiosas do acervo do arquivo blumenauense.
Um desses documentos, datado de 6 de janeiro de 1853, relata sua rotina na colônia, enquanto outro, de 31 de março de 1857, descreve sua mudança para Desterro (atual Florianópolis), onde passou a estudar crustáceos e moluscos, área em que se destacou. Foi nesse período que viveu alguns dos melhores anos de sua vida científica, sendo reconhecido por estudiosos de diversas partes do mundo.
Fritz Müller ficou conhecido por ser o primeiro cientista a oferecer respaldo à teoria da evolução das espécies de Charles Darwin, que o apelidou de Príncipe dos Observadores. Sua contribuição ajudou a consolidar a biologia como ciência, e suas observações diretas da natureza se tornaram referência para pesquisadores da época.
A diretora do Arquivo Histórico, Sueli Petry, explica que os livros foram recolhidos após a morte do naturalista por seu sobrinho, e hoje compõem uma importante coleção destinada à pesquisa. “Os livros contam um pouco da vida e da história de Fritz Müller. Relembrar esse personagem é uma forma de manter viva sua contribuição para o mundo científico e despertar o interesse das novas gerações pelo conhecimento e pela valorização do seu legado”, destaca.
Algumas publicações são únicas ou de tiragem limitada. Sem essa proteção, há o risco de degradação de muitos documentos que compõem a nossa identidade cultural. Os interessados em conhecer o material podem visitar o Arquivo Histórico José Ferreira da Silva de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h. A consulta é gratuita e aberta ao público.
