Cobertura: Josiane Longhi
Em cerimônia na manhã desta segunda-feira (5), foi apresentada a parceria que fará toda a diferença nos salvamentos de emergência no Vale do Itajaí e Litoral Norte de SC. O evento teve a presença do Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militares de SC, Coronel Onir Mocellin; várias autoridades, entre elas o prefeito Napoleão Bernardes; o Secretário de Estado da Saúde, João Paulo Kleinubing; o Secretário de Desenvolvimento Regional de Blumenau, Cassio Quadros, além de diversos vereadores.
Na oportunidade também foram entregues os certificados a 30 integrantes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do Vale do Itajaí, treinados nas últimas semanas no Batalhão de Operações Aéreas (BOA) da Corporação em Florianópolis para tripularem o Arcanjo 3. A aeronave veio pelo ar e pousou em frente ao Setor 4 do Parque Vila Germânica.
O SAMU passará a operar em conjunto com o batalhão de operações aéreas do Corpo de Bombeiros Militar de SC, nos serviços prestados pelas aeronaves. A operação deveria começar na quarta-feira (7) e terminar em 4 de novembro, mas hoje já atendeu uma vítima de acidente. Nesse breve período, nossa região contará com um desses helicópteros, que terá como base o Parque Ramiro Ruediger.
O helicóptero atuará em ocorrências como paradas cardiorrespiratórias, infarto agudo do miocárdio, acidentes de trânsito graves, especialmente nas BRs 470, 101, 270, SCs 470 486 e 108. Assim como também em rodovias afastadas dos centros urbanos e locais de difícil acesso. As aeronaves irão apoiar a rede publica de saúde e ações da Defesa Civil.
Em discurso, o prefeito Napoleão destacou a importância dessa opção de salvamento para o Vale do Itajaí, e certificou aos presentes que lutará junto ao Governo do Estado para que a vinda do Arcanjo não seja temporária. O Coronel Tenente dos Bombeiros Militares, João Batista, nos informou mais detalhes sobre a operação em uma entrevista.
OBlumenauense: Qual é a diferença entre o helicóptero do corpo de bombeiros para um comum?
João Batista: É uma atividade aeromédica especializada, por isso nossas equipes recebem formação desde os pilotos até tripulantes. Para serem escolhidos, devem ter no mínimo cinco anos de experiência em salvamentos aquáticos, resgates e atendimento hospitalar. Os médicos e enfermeiros são formados para trabalhar em atividade aérea, afinal não é possível pegar um helicóptero comum com profissionais de saúde sem treinamento específico e levar para uma situação de emergência.
Primeiro eles serão tratados como passageiros. A medicina aeroespecial se diferencia da medicina de solo, já que a pressão atmosférica e a quantidade de medicamentos são diferentes. Por exemplo, um equipamento balãozinho que se enche de ar no solo, se expande muito mais lá em cima e poderá causar uma lesão na pessoa. Nesse caso precisamos utilizar água. Há uma série de situações diferentes em que é necessário um preparo diferenciado para quem irá atuar em helicópteros.
OBlumenauense: Há algum piloto de Blumenau ou região que será o responsável pela nave?
João Batista: O batalhão de operações aéreas tem atuação no estado inteiro. Nós temos o Arcanjo 01, que fica em Florianópolis; o 02 que é um avião e faz transporte de pessoas enfermas entre hospitais e também utilizada por equipes para coleta de órgãos usados em transplantes. Em Blumenau e Brusque, temos alguns bombeiros militares que são pilotos, mas ainda precisa ser composta uma equipe com pilotos, tripulantes, médicos e enfermeiros.
OBlumenauense: Que benefícios imediatos o helicóptero trará para a região?
João Batista: Em termos de atendimento, será muito mais ágil. Apenas para comparação, nós levamos apenas 15 minutos para ir de Blumenau até o litoral norte catarinense. Em 30 minutos de voo, teremos condições de atender uma população com mais de 1 milhão de habitantes. Rodovias como as BR-101, BR-470, etc., tem alta demanda de serviço aeromédico especializado, onde as necessidades de atendimento logo mostrarão o resultado do serviço.