Após meses de tentativas frustradas de diálogo com a Prefeitura de Blumenau, os servidores públicos municipais conseguiram, nesta terça-feira (20/05/25), o primeiro sinal concreto de negociação com o governo. De acordo com o Sindicato Único dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Blumenau (SINTRASEB), a reunião foi marcada para a próxima segunda-feira (26), com a presença de secretários municipais, representantes da Procuradoria Geral e da assessoria jurídica do sindicato.
Ainda segundo o SINTRASEB, mais de 3 mil servidores ocuparam a praça em frente à prefeitura para cobrar a abertura de negociação sobre a data-base da categoria, referente ao mês de maio. A paralisação teria atingido cerca de 75% das escolas, centros de educação infantil e unidades de saúde do município, afetando o funcionamento dos serviços públicos em várias áreas.
A mobilização integra uma jornada de lutas aprovada em assembleia. O SINTRASEB afirma que vem solicitando audiências com o prefeito Egídio Ferrari desde o início da gestão, em janeiro, mas sem resposta.
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Em vez de dialogar com a categoria, o governo teria optado por enviar diretamente à Câmara de Vereadores um projeto de lei — já aprovado — prevendo a reposição do INPC de 5,32% nos salários e no auxílio-alimentação, além da equiparação do auxílio com o da Câmara a partir de dezembro. A proposta foi considerada insuficiente e desrespeitosa pelos trabalhadores.
Durante o protesto, os servidores entraram no prédio da prefeitura reivindicando negociação. Embora estivesse presente, o prefeito não recebeu os manifestantes. A conversa ficou a cargo do secretário de Administração, Anderson Rosa, que se reuniu com a direção do sindicato e a comissão de negociação.
Segundo o SINTRASEB, a reunião resultou em três encaminhamentos: agendamento da primeira rodada oficial de negociação, criação de uma força-tarefa para tratar da violência contra servidores nos locais de trabalho e o abono do dia de paralisação, que contou com duas assembleias. As propostas foram aprovadas por unanimidade pelos servidores, que também definiram uma nova assembleia para o dia 3 de junho.
Apesar do avanço, o sindicato aponta que a resposta do governo só veio após intensa mobilização, o que, segundo a entidade, reforça a necessidade de manter a pressão para garantir que as negociações realmente avancem.