A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou nesta terça-feira (20/08/24), o reajuste anual da tarifa de energia elétrica da Celesc. De acordo com a empresa, o impacto médio ao consumidor será de 3,02%, abaixo da inflação de 4,50% medida pelo IPCA no período. As novas tarifas entram em vigor a partir quinta-feira (22), abrangendo toda a área de concessão da companhia.
Segundo informações fornecidas pela Celesc, para os consumidores do Grupo A, que inclui indústrias e grandes empresas com fornecimento em alta tensão, o reajuste foi de apenas 0,75%. Este é o segundo ano consecutivo em que o setor industrial de Santa Catarina é beneficiado por uma tarifa competitiva, o que contribui para a redução de custos, atração de investimentos e fortalecimento do desenvolvimento econômico na região.
Para os consumidores do Grupo B, que inclui residências, pequenos comércios e produtores rurais conectados em baixa tensão, o reajuste aprovado pela ANEEL foi de 4,19%. Ainda assim, a Celesc destaca que o impacto ficou abaixo dos índices de inflação, garantindo menor pressão sobre o orçamento desses consumidores.
O presidente da Celesc, Tarcísio Estefano Rosa, afirmou que a empresa continua oferecendo uma das tarifas mais baixas do país entre as concessionárias com mais de 500 mil unidades consumidoras. Segundo ele, a modicidade tarifária, especialmente para o setor produtivo, é fundamental para o desenvolvimento econômico de Santa Catarina, gerando emprego e renda.
A diretora de Gestão de Energia e Regulação da Celesc, Pilar Sabino, esclareceu que apenas uma pequena parte do valor pago na conta de luz fica com a empresa, sendo a maior parte destinada a custos como compra de energia, transmissão, encargos setoriais e tributos. Segundo ela, a chamada Parcela B, que cobre os custos operacionais da Celesc, representou apenas 0,55% do efeito médio do reajuste.
O gráfico fornecido pela Celesc apresenta a distribuição dos fatores que influenciaram o reajuste médio de 3,02% na tarifa de energia elétrica. Segundo os dados, a “Retirada dos Financeiros Anteriores” foi o principal componente de alta, contribuindo com 6,66% para o reajuste.
Outros itens que impactaram positivamente foram o “Custo de Energia” (0,78%) e a “Distribuição” (0,55%). Por outro lado, houve componentes que atuaram para reduzir o impacto, como o “Custo de Transporte”, que apresentou uma queda de 2,72%, e os “Encargos Setoriais”, com uma redução de 1,21%. A “Retirada dos Componentes Financeiros” contribuiu com uma diminuição de 1,07%. Esses elementos, combinados, resultaram no efeito médio final de 3,02% para os consumidores.
A Celesc ressalta que, apesar do aumento, a tarifa de energia elétrica continuará entre as menores para empresas com mais de 500 mil unidades consumidoras, à medida que outras distribuidoras anunciarem seus reajustes. Em 2023, a empresa registrou uma redução tarifária de 0,81%, e em 2024, o reajuste foi de apenas 1,18%, devido à menor exposição do Grupo A aos Encargos Setoriais e ao Transporte de Energia, itens que tiveram redução.
A companhia destaca ainda que a manutenção de tarifas competitivas no setor industrial favorece o crescimento econômico sustentável dentro da sua área de concessão, gerando mais empregos e ampliando o poder de consumo na economia de Santa Catarina.
O gráfico mostra a evolução da tarifa B1 Residencial da Celesc entre 2012 e 2024, comparada com os índices de inflação IGP-M e IPCA. Ao longo do período, observa-se um crescimento contínuo na tarifa, que passou de R$ 313,80 em 2012 para R$ 617,91 em 2024.
A partir de 2017, a tarifa residencial começou a acompanhar de perto a inflação medida pelo IPCA, enquanto o IGP-M apresentou oscilações mais pronunciadas, especialmente entre 2020 e 2022. Apesar das variações, a tarifa residencial manteve-se em patamar inferior aos índices inflacionários durante boa parte do período, refletindo os esforços da Celesc em controlar o impacto para os consumidores residenciais.
O aumento acentuado nos últimos anos, especialmente entre 2020 e 2022, pode estar relacionado a fatores como a crise energética e ajustes necessários para equilibrar os custos de operação e distribuição. Mesmo com essas pressões, a tarifa residencial em 2024 permanece relativamente equilibrada, demonstrando uma administração eficaz dos reajustes em comparação com a inflação geral do período.