Deitado no seu berço, o pequeno filhote de tamanduá-bandeira é alimentado com a ajuda de uma mamadeira. O simpático animalzinho, ameaçado de extinção, recebe o atendimento desde o seu nascimento, pela equipe do Bioparque Zoo Pomerode.
“Como a mãe não demonstrou cuidados com o filhote, tomamos a decisão técnica de realizar o acolhimento. Nas primeiras semanas o filhote necessitava receber cuidados constantes, como ser alimentado a cada duas horas, inclusive durante a noite”, explica a bióloga educadora, Jenifer Kroth.
Ele passou os três primeiros meses de vida na clínica veterinária, recebendo atenção integral. Agora o animal passa por adaptação em seu novo habitat do Bioparque. E olha que coisa legal para a criançada: durante o mês de fevereiro, o público pode assistir o seu tratamento. A alimentação é realizada entre as sextas-feiras e domingos, às 14h.
Para garantir o bem-estar do filhotinho, a área é cercada para que o público assista ao tratamento com distância, e também é exigido silêncio dos participantes. “O habitat é forrado com uma fralda e palha, itens que o filhote já está acostumado”, acrescenta.
A bióloga conta que a alimentação é parte importante para garantir o desenvolvimento do animal. Por isso, preparam uma mamadeira com leite em pó específico para filhotes da espécie. “A mamadeira é ofertada de forma a manter sempre o alimento erguido um pouco acima da sua cabeça, para que ele não se alimente deitado”, esclarece.
Adaptação no habitat
Para que o tamanduá-bandeira seja introduzido em um recinto com animais da sua espécie, é necessário realizar um processo em etapas, já que ele não chegou a viver entre os outros. Por isso, a equipe iniciou o procedimento de introduzir ele em um habitat do Bioparque Zoo Pomerode durante o dia. A expectativa é que dentro de seis meses ele atinja uma maturidade para que possa começar uma apresentação ao seu ambiente definitivo. “É um processo gradual e, inicialmente, observaremos o seu comportamento com os outros indivíduos”.
Jenifer explica que, na natureza, o tamanduá-bandeira precisa caçar o seu alimento, ir em busca de formigueiros e cupinzeiros. “Ele possui um olfato desenvolvido, que lhe permite encontrar cupinzeiros. Ele cava a terra com suas fortes garras, coloca o focinho no buraco e sua língua pegajosa captura os insetos”, conta.
Espécie ameaçada de extinção
O tamanduá-bandeira é classificado como vulnerável pela Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional Para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). “A degradação e a redução dos habitats são apontadas como as principais causas da perda populacional da espécie, mas a caça, o atropelamento em estradas e os incêndios florestais também são grandes agravantes da situação”.
Por isso, os animais dessa espécie, que são abrigados no Bioparque Zoo Pomerode, integram o programa de conservação do tamanduá-bandeira, um esforço dos zoológicos em prol da preservação desta espécie. Há mais de 90 anos, o espaço realiza ações em prol do atendimento e acolhimento de animais ameaçados.
Ao todo, o local conta com seis tamanduás-bandeiras, que precisaram de abrigo definitivo já que não puderam retornar ao habitat após o tratamento, por não adaptação ou por sofrerem alguma situação que os deixaria expostos na vida selvagem.