Alto Vale do Itajaí registrou mais 500 acidentes com animais peçonhentos em 2024

Os dados são do Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (CIATox/SC).

A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES) alerta para o aumento dos acidentes com animais peçonhentos, como aranhas, lagartas e serpentes, principalmente antes e depois de períodos de chuvas prolongadas.

Segundo o Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (CIATox/SC), esses casos também são mais frequentes nos meses quentes, quando os animais encontram mais alimento e se deslocam em busca de abrigo e reprodução.

Fatores que aumentam os riscos

De acordo com Danielle Albino, gerente do CIATox, as condições climáticas e o comportamento dos próprios animais contribuem para o crescimento desses casos. “Nos períodos que antecedem longas chuvas e logo após o término delas, os animais buscam locais secos para se abrigar. Além disso, na primavera e no verão, eles têm mais oferta de alimento, aumentam o metabolismo e se deslocam mais, inclusive em busca de parceiros para reprodução. Nesse período, as pessoas também acabam se expondo mais, seja em atividades de lazer ou trabalho, muitas vezes sem os devidos equipamentos de proteção”, explica.

Em 2024, o CIATox/SC registrou 6.031 atendimentos relacionados a acidentes com animais peçonhentos, dos quais 25 foram considerados graves, resultando em cinco mortes. As aranhas foram responsáveis pela maior parte dos casos (3.350), seguidas por lagartas (1.145), serpentes (551) e escorpiões (508).

O aumento desses acidentes tem sido constante nos últimos anos. “Observamos um crescimento de 3,7% nos casos em 2024 em comparação com 2023. Esse cenário está ligado a fatores como a exploração ambiental, que obriga esses animais a se deslocarem para áreas urbanas, além do próprio crescimento populacional”, complementa Danielle.

Regiões mais afetadas

A Grande Florianópolis lidera os registros, com 855 atendimentos. Em seguida, estão o Alto Vale do Itajaí (520 casos) e a Região Oeste (463 casos). O CIATox/SC também atendeu ocorrências vindas de outros estados e situações onde o município de origem não foi identificado.

Atendimento e orientações

Em caso de acidente, qualquer pessoa pode entrar em contato com o CIATox/SC para orientações sobre diagnóstico e tratamento. O serviço funciona 24 horas por dia e auxilia tanto profissionais da saúde quanto a população em geral. O atendimento é gratuito e pode ser acessado pelo telefone 0800-643-5252.

Principais espécies em Santa Catarina

Os animais peçonhentos de maior importância médica no estado incluem:

  • Serpentes: Jararacas (Bothrops spp.), corais verdadeiras (Micrurus spp.) e cascavel (Crotalus sp.).
  • Aranhas: Aranha-marrom (Loxosceles spp.) e aranha-armadeira (Phoneutria spp.).
  • Escorpiões: Escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) e escorpião-marrom (Tityus bahiensis).
  • Lagartas: Lonomia obliqua (taturana hemorrágica).
  • Espécies aquáticas: Algumas arraias, bagres e águas-vivas.

A lagarta taturana hemorrágica é mais frequente no Meio-Oeste e Oeste do estado, enquanto o escorpião-amarelo tem maior incidência na Grande Florianópolis, Vale do Itajaí e Norte de SC.

Prevenção: como evitar acidentes

Para reduzir os riscos de acidentes com animais peçonhentos, a recomendação é adotar medidas preventivas, como:

Manter quintais e terrenos limpos, aparando gramados e evitando acúmulo de entulhos e materiais inservíveis, que servem de abrigo para esses animais.
Vedar frestas em paredes, forros e muros, além de instalar telas em ralos e saídas de água.
Limpar regularmente cantos de paredes, armários e guarda-roupas, onde animais podem se esconder.
Verificar roupas e calçados antes de usá-los.
Usar equipamentos de proteção ao trabalhar em áreas de risco, como botas e luvas resistentes.

Essas medidas ajudam a evitar o contato com esses animais, reduzindo significativamente os riscos de acidentes.

Para mais informações e identificação das espécies, acesse a página do CIATox/SC: ciatox.saude.sc.gov.br.