Na última sexta-feira (24/05/24), a Força-Tarefa Cyber da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, responsável pelo combate a fraudes e golpes durante períodos de calamidade, deflagrou mais uma fase da Operação Dilúvio Moral. A ação teve como alvo um adolescente de 16 anos, residente em uma cobertura de luxo em Balneário Camboriú, além de outros mandados cumpridos no interior do estado.
A operação, que contou com o apoio operacional da Polícia Civil de Santa Catarina, visou cumprir três mandados de busca e apreensão contra o jovem, acusado de simular campanhas de arrecadação de doações para o Rio Grande do Sul. Durante a ação, foram apreendidos computadores, celulares e diversos equipamentos eletrônicos utilizados nos golpes.
Em coletiva de imprensa, a Diretora do DEIC, Delegada Vanessa Pitrez Corrêa, junto com os Delegados Eibert Moreira Neto e João Vitor Heredia, detalhou o modus operandi da fraude.
COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA
A fraude consistia na criação de uma página na internet que simulava um site oficial do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, alarmando a população sobre um suposto grande desastre. Os usuários eram redirecionados para um site falso semelhante ao “Vakinha”, promovendo uma campanha de arrecadação fictícia.
Para conferir veracidade à página, o layout mostrava que a campanha já havia arrecadado mais de R$ 2,7 milhões, um valor fictício. Um QR Code gerado por uma fintech permitia doações via Pix, que eram redirecionadas para uma empresa de treinamentos e serviços, da qual o adolescente era sócio proprietário, dando uma aparência de licitude à operação.
INVESTIGAÇÕES E MEDIDAS ADOTADAS
Identificada a fraude, a Força-Tarefa Cyber agiu rapidamente para retirar as páginas do ar e bloquear as contas bancárias associadas ao investigado. Com o uso de ferramentas tecnológicas de investigação, os responsáveis foram identificados.
Nas redes sociais, o adolescente se apresentava como “Dr. Money”, afirmando ter alcançado seu primeiro milhão aos 15 anos e ostentando um elevado padrão de vida. As autoridades também obtiveram ordens judiciais para bloquear até R$ 1 milhão em cada conta relacionada ao suspeito e suas empresas.
ATUAÇÃO DA FORÇA-TAREFA CYBER
O grupo de Delegados e Agentes do Deic tem como objetivo reprimir crimes virtuais aproveitando-se da situação de calamidade pública. Até o momento, mais de 60 casos foram analisados, com 70% concluídos e 29 inquéritos policiais em andamento. Foram retiradas do ar 71 páginas e contas criminosas, prevenindo o enriquecimento ilícito de dezenas de milhares de reais.
As investigações continuarão para identificar outros possíveis integrantes do grupo e reunir mais provas contra os envolvidos.
Fonte: Polícia Civil do Rio Grande do Sul