Empregados da Celesc, reunidos em assembleias nesta segunda-feira (26/9/16), decidiram por não aceitar a proposta de reajuste salarial feita pela empresa e permanecem em greve por tempo indeterminado. A diretoria da empresa, ofereceu a reposição da inflação, dividida entre percentual de reajuste nos salários e abono.
As conversas entre a empresa e os sindicatos duraram um mês. No último final de semana, a Celesc fez nova oferta: reajuste salarial de 4,28%, R$ 3 mil de abono para todos os empregados, pagos em parcela única no final do mês de outubro, e vale-alimentação de R$ 990 mensais. A combinação de reajuste e abono representa, dentro do salário médio da estatal, a reposição da inflação. Para aqueles que recebem os menores salários, significaria um ganho acima da inflação.
O presidente da Celesc, Cleverson Siewert, alega que é a proposta possível dentro da atual situação da empresa, que sofre com a queda no consumo de energia no mercado cativo de 3,9% este ano. Ele reforça que a tarifa de energia elétrica é definida pela Aneel e que na última revisão tarifária em agosto, o valor ficou muito abaixo da inflação do período.
“Os recursos da tarifa para a empresa pagar suas despesas, salários e investimentos cresceram apenas 2,34% no período. A oferta feita aos sindicatos já representa um grande esforço da companhia no sentido de reconhecer a necessidade de reposição salarial dos empregados. Mas a responsabilidade com a manutenção da Celesc pública e eficiente nos impede de ir além”, declara o presidente.
Desde 2011, a Celesc passa por grandes mudanças em sua gestão, principalmente para melhorar o serviço prestado, tornar a empresa sustentável e mais eficiente, com ajustes de despesas na ordem de R$ 150 milhões no período. No final de 2015, a empresa assinou um novo contrato de concessão, que impôs indicadores técnicos e financeiros ainda mais rígidos, medidos anualmente, para que a Celesc mantenha sua concessão.
A empresa informa que aceitar o pedido salarial dos sindicatos dificulta muito o atendimento dos indicadores financeiros impostos pela Aneel, põe em risco a manutenção da concessão da Celesc e o emprego dos mais de três mil empregados. “A proposta da empresa não olha apenas o dia de amanhã, mas sim o futuro da Celesc e o emprego dos trabalhadores”, declara o presidente.
Durante o período de greve, os serviços de emergência deverão ser mantidos, em acordo entre a empresa e os sindicatos. Porém, casos considerados não emergenciais poderão ter o atendimento prejudicado. Nas lojas de atendimento ao público também podem haver dificuldades, pela redução do número de atendentes.
A Celesc lembra que os serviços disponíveis nas lojas podem ser processados, de forma simples e rápida, em sua agência web, no endereço www.celesc.com.br, ou pelo telefone 0800-48-0120. Para ocorrências com o sistema elétrico, os consumidores devem ligar para o atendimento de emergências no número 0800-48-0196.