Isabel Demarco de Quadros, de 17 anos, já tem mais de 80 medalhas conquistadas pelo atletismo desde que começou, aos 13. A mais recente foi em julho na Turquia, onde ficou bicampeã na prova do Salto com Vara no Mundial Escolar, no Gymnasíade, evento realizado entre os dias 11 a 18. Organizado pela Federação Internacional de Esporte Escolar (ISF), é considerado o maior evento de esporte escolar do mundo.
Ela começou com o futsal e seus pais sempre a incentivaram a praticar esportes. O quarto de sua casa está cada vez colorido, referindo-se à quantidade e diversidade de premiações já recebidas. Gaúcha de Porto Alegre, Isabel mora em Blumenau a pouco mais de um ano e estuda na Escola Técnica do Vale do Itajaí (ETEVI), onde concilia estudos e esporte. “Aqui [ETEVI], recebo a base da educação e o incentivo que preciso para competir”, diz.
O esporte já a levou para os EUA, Uruguai, China, Turquia, além de vários estados brasileiros. O treino para alcançar esses resultados é diário, de segunda a sexta-feira, por pelo menos três horas. O treinador, Pedro Nascimento, mescla atividades de musculação, ginástica, saltos, entre outras. “Eu gosto disso tudo. O esporte me desafia e eu gosto de desafios. O esporte dá muita disciplina, das coisas que eu aprendi no esporte, eu levo para a vida toda”, disse Isabel.
A próxima competição será em outubro no Rio Grande do Sul, em sua cidade natal, onde haverá uma seletiva para o sul-americano que vai ocorrer no mês de novembro.
Competir fora do Brasil sempre gera um pouco de expectativa. Longe da família e de amigos, o atleta precisa contar com o apoio da delegação que o acompanha. E nesta última viagem à Turquia, Isabel passou por uma experiência inesquecível.
No dia em que iria competir, a Turquia havia acordado com o anúncio da tentativa do golpe militar. As informações repassadas era que os aeroportos seriam fechados e que ninguém poderia sair do país. Havia também uma informação prévia de que as provas daquele dia seriam canceladas. Com um clima de apreensão, familiares e amigos queriam saber como ela estava. Uma reunião naquela manhã decidiu pela continuidade das provas das 10 atletas que iriam competir.
“Além do nervosismo de quem vai disputar uma prova, havia todo o cenário externo que preocupava. O clima de fato, não era um dos melhores, mas foi uma experiência inesquecível”, relembrou Isabel. Chegada a hora da prova, ela foi lá e conseguiu a marca de 3,60 metros, 7 milímetros abaixo de sua melhor marca.
* Com informações e foto de Giovana Pietrzacka
