Empresa de Blumenau com 43 anos produz máquinas para serigrafia e transfer

Foto: Sérgio Tormes

Por Claus Jensen

A Mogk Máquinas foi fundada em 1973 na cidade de Blumenau, mas sua história começou muito tempo antes, quando Walter Mogk [in memoriam], começou a consertar máquinas de projeção de cinema. Na época, anos 60 e 70, os equipamentos tinham que ser enviados para São Paulo ou Rio de Janeiro. Mágico e apaixonado por cinema, Walter era proprietário do Cine Mogk, e como todo autodidata, ele mesmo começou a consertar os projetores.

Esse talento intuitivo de mexer com tecnologia ele passou para os seus três filhos. Haraldo, Ingo e Ralf construíram com seu pai a Mogk Máquinas Ltda, que hoje produz equipamentos na área têxtil e de vidraçaria, resistências elétricas além de prestar vários tipos de serviços. A principal linha de produtos da empresa são as máquinas voltadas para estamparia e transfer, que estão sendo mostradas na 15ª FEBRATEX, que acontece até sexta-feira (12/8/16) em todos os pavilhões do Parque Vila Germânica, em Blumenau.

Foto: João Barcelos

Na noite desta quarta-feira (10), a Mogk Máquinas foi uma das empresas homenageadas pelo Troféu João Luiz Martins Pereira, por seus 10 anos de participação na feira, que é uma referência internacional na área têxtil. Conversamos com Haraldo Mogk, diretor comercial do grupo, que está presente no Setor 2, rua 9, nos estandes 161/62.

OBlumenauense: Vocês são uma das empresas que participam desde a primeira edição da Febratex?

Haraldo Mogk: Eu acredito que estamos desde o começo, por isso recebemos uma premiação dos 10 anos da Febratex, que aconteceu a partir das 20h desta quarta-feira (10). A feira é importante para nós, porque confirma a presença da marca, os clientes tradicionais e prospects tem a oportunidade de conhecer nossos produtos de perto. É o espaço onde podem conhecê-los, avaliam como atendem as necessidades da empresa e por isso é sempre uma chance de ampliar os negócios.

OBlumenauense: Os visitantes da feira, geralmente são clientes que vem para conhecer os lançamentos, ou são novos?

Haraldo Mogk: É muito variado, são desde clientes que vão conhecer os lançamentos, as melhorias dos produtos que já estão no mercado há mais tempo e qual é a melhor opção de compra.

OBlumenauense: Quais os principais equipamentos que estão sendo destacados no estande da empresa?

Haraldo Mogk: Podemos destacar as Calandras, desenvolvidas para aplicação de transfer em tecido sintético como as de futebol, no processo conhecido como sublimação. Essas máquinas são produzidas em dois modelos, com cilindros de 350 e 600 milímetros. A de 350 milímetros serve para fazer rolo a rolo e peças cortadas, que permitem produzir peças de transfer em tecido de até 2,5m de comprimento por 1,80 m de largura por minuto. O modelo com 600 mm foi desenvolvido somente para o sistema rolo a rolo, porque a velocidade de saída da máquina é de 4 a 5 metros por minuto. Com essa velocidade, o operador não teria tempo hábil para trocar as peças de tecido.

 

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Os mini-carrosséis de uma e duas cores, são outra novidade que lançamos no último ano. Eles foram desenvolvidos para atender a alta demanda de estampas simples com baixo custo, desde estampagem de etiquetas até estampas de duas cores com encaixe. A única interferência humana é na troca das camisas a serem estampadas com as etiquetas, o resto é automatizado e atende uma produção de até 1.200 peças por hora. As Mini MCA estão sendo muito procuradas, porque as empresas estão preferindo imprimir as informações que normalmente vão na etiqueta, diretamente no lado de dentro da camiseta, na região da nuca.

OBlumenauense: Vocês irão participar na semana que vem de uma feira no México. Como está o trabalho da Mogk no mercado externo?

Haraldo Mogk: Nós já exportávamos esporadicamente. Começamos um trabalho interno para aumentar o volume das exportações para distribuidores dos Estados Unidos, México, El Salvador, Colômbia e outros países da América do Sul. Apesar de estarmos iniciando o trabalho ainda, temos sentido uma ótima receptividade de nossos produtos lá fora, o que tem nos deixado muito otimistas.

 

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Foto: Sérgio Tormes

 

OBlumenauense: Produtos automatizados como os carrosséis, envolveram pesquisa e tecnologia. Assim como a Mogk importa, compete também com produtos estrangeiros. Qual a vantagem de comprar um produto fabricado no Brasil?

Haraldo Mogk: Usando como exemplo a Calandra, quando um cliente precisar de peças de reposição, nós temos todas que precisar a pronta entrega. Todas são de fabricação nossa, assim como a assistência técnica. Não dependemos de terceiros para fazer a manutenção ou enviar uma peça. Produtos importados nem sempre estão à disposição do cliente na hora que precisar. Em relação à qualidade, não perdemos em nada dos produtos importados.

Outro detalhe importante é o financiamento. Desde outubro do ano passado o Finame Financiamento de máquinas e equipamentos do BNDES, não estava disponível. Na hora que reabrir, mais pessoas estarão adquirindo máquinas através dele, que é o grande financiador de equipamentos industriais no Brasil para empresas de médio e pequeno porte. Na hora que liberarem novamente, mais empresários comprarão produtos brasileiros. Recebi por e-mail que isso poderá acontecer ainda este mês, inclusive com taxas especiais. A grande vantagem é a dilatação de prazos [de pagamento]. Porque o pequeno investidor não tem como desembolsar valores altos sem afetar o caixa.

 

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Foto: Sérgio Tormes

 

OBlumenauense: O Brasil passa por uma difícil crise econômica. Qual sua perspectiva para a economia nesse segundo semestre?

Haraldo Mogk: O primeiro semestre foi muito ruim, quando a sensação era de que tínhamos chegado ao fundo o poço. Por isso acho que este segundo será incomparável. A partir de julho já sentimos uma sensível melhora, não só da Mogk, mas dos próprios clientes retomando os seus negócios. Muitos já estão utilizando novamente 100% da capacidade de suas máquinas. Teve empresa que trabalhou com apenas 20%. Isso deixa animado tanto o fabricante, como quem produz as peças de roupas. Mas isso, se acontecer o que mercado espera que aconteça [impeachment].

OBlumenauense: Quais são os estados que representam o maior volume de vendas da Mogk Máquinas?

Haraldo Mogk: No nosso segmento, a retomada dos negócios está acontecendo nesse momento no Sul do Brasil. É onde estamos sentindo mais estabilidade nas negociações. No resto do país existe muita expectativa, mas aos poucos, os Estados retomam o crescimento.

Temos clientes em todo Brasil, desde São Paulo, Rio de janeiro e outros Estados. Mas nossas maiores vendas tradicionalmente ocorrem para empresas catarinenses, onde além de ser nosso maior foco, também somos mais conhecidos. Fica mais prático para atendê-los caso tenham alguma dificuldade ou queiram conhecer nossos produtos no show room da empresa. Principalmente quando são máquinas com valor maior. Hoje somente na região do Nordeste que os negócios estão mais devagar.

Quem quiser conhecer melhor os outros equipamentos que a Mogk produz, pode visitar o site clicando aqui.

 

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Foto: Sérgio Tormes

 

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Foto: João Barcelos

 

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Foto: Sérgio Tormes