Muitas pessoas não conseguem imaginar uma parte do Centro de Blumenau, antes de 1977, quando foi construído o Castelinho da Moellmann, hoje chamado de Castelinho da Havan. Nosso cartão postal vem de uma loja fundada em 25 outubro de 1869 por Carl Moellmann na capital catarinense, que comercializava materiais de construção, tintas, ferramentas e ferragens.
Em 13 de outubro de 1919, a empresa abre sua segunda filial, na pujante Blumenau. Três anos mais tarde, a loja matriz e uma filial em Florianópolis fecharam as portas, permanecendo somente a unidade no Vale do Itajaí. Com a reformulação urbana de Blumenau e construção da Avenida Beira Rio nas décadas de 60 e 70, galpões e anexos do complexos da Moellmann foram demolidos a iniciou uma reformulação da loja.
Idealizado pelo empresário Udo Schadrack, o projeto do Castelinho da Moellmann foi desenvolvido pelo arquiteto Henrich Herwig, que fez uma réplica da prefeitura de Michelstadt, cidade no sul da Alemanha. A construção que foi terminada em 1978, preserva características que remetem ao século XV. Onde hoje é a pracinha em frente ao prédio, havia uma ligação com a Ponte Adolfo Konder. O mesmo arquiteto projetou o restaurante Frohsinn, no Morro do Aipim.
Até 1.999, o prédio foi a sede da Comercial Moellmann, uma das mais importantes empresas do Estado, quando em 22 de fevereiro o Castelinho é fechado após a decretação de falência. Em abril do ano seguinte, o advogado e representante da massa falida ingressa com uma ação na Justiça para anular o contrato de venda do castelinho à Dobrevê. A Justiça garantiu a posse do imóvel ao representante dos credores da Moellmann até que a ação de anulação do contrato fosse julgada.
Em outubro 2001, o juiz da 4ª Vara Cível de Blumenau decidiu pelo uso das instalações por parte da prefeitura como garantia de manutenção do patrimônio. No dia 10 de junho de 2002, a Secretaria de Turismo de Blumenau se instalou no castelinho. No mesmo mês, a Dobrevê entrou na Justiça com um recurso para anular a sentença a favor da Moellmann e em 11 de novembro de 2004, a 2ª Câmara de Direito Comercial do Tribunal de Justiça de Santa Catarina decide que o prédio permanece com a massa falida. A Dobrevê entra com novo recurso no final de 2006 , quando o Superior Tribunal de Justiça dá ganho de causa a Moellmann.
A Secretaria de Turismo é notificada em fevereiro de 2007 que tem de deixar o prédio em 60 dias. No ano seguinte, a construção foi alugada para as Lojas Havan de Brusque, que a restaura e faz uma reformulação interna. Na época foram descobertos porões que chamaram a atenção da opinião pública e alguns espaços foram preservados.
Quando você passar em frente ao prédio nesta semana, lembre das tantas histórias, apenas nesse pequeno espaço de terra. As fotos antigas foram coletadas todas no Grupo Antigamente Blumenau.