O título deste post, é a frase de uma das faixas que junto com “Até quando teremos que sepultar nossos filhos? Onde estão os políticos e autoridades??”, estamparam as frases de mais um protesto ontem, no final da tarde desta sexta-feira (28/02).
A comunidade da Vila Itoupava interrompeu o tráfego da SC-108 por volta das 18h20mim, em manifestação à falta de ação por parte das autoridades, com a intenção de reduzir os frequentes acidentes fatais próximos ao principal trevo de acesso ao bairro.
Segundo cálculos de um policial militar, haviam em torno de 150 a 200 manifestantes, que marcaram presença em todas as faixas etárias. A polícia militar deu todo o apoio para garantir a segurança e ordem no lugar.
O evento foi organizado por Anderson Bublitz (direita) pela redes sociais na quinta-feira, um dia depois do fatídico acidente que matou 3 pessoas e feriu 33. Estiveram envolvidos também Aldo e Arnoldo Pahl (esquerda na foto), responsáveis pela organização dos últimos 2 protestos. O trânsito ficou interrompido por aproximadamente uma hora. A imprensa marcou presença, e pude identificar o Santa, RBS TV, ST/SCC, RIC/Record que deram visibilidade ao acontecimento.
Os manifestantes pararam em frente ao local onde aconteceram as 2 tragédias que envolveram a morte de 4 pessoas nesta quarta-feira, depois seguiram por uns 500m. Uma cruz marcava o local exato e as cebolas do caminhão cujo motorista foi o responsável pelo acidente, apodreciam no chão.
A fila de veículos começava a ficar muito extensa, nos dois sentidos da pista. O empresário Jonas Reichert ia em direção ao centro e era uma das pessoas que precisou ter paciência para aguardar o fim do protesto. Questionado sobre o fato, ele disse: “Se as pessoas querem segurança, a manifestação é importante. Aqui no Brasil, às vezes é só assim para fazer ações acontecerem. Os políticos e autoridades só ficam preocupados em arrecadar e desviar dinheiro. Quanto ao fato de esperar, a pessoa que não souber o motivo, pode até ficar chateada. Mas eu não estou preocupado, porque o meu expediente já acabou e a vontade era de estar no meio dos manifestantes para fazer com que o movimento fique mais forte ainda.” – finalizou Jonas.
Já outro motorista entrevistado, achava que este tipo de manifestação não ia “dar em nada”. Precisava era mais presença da Polícia Rodoviária nos trechos perigosos e ligar a lombada eletrônica, completou. Bem, a ideia do protesto era que alguém finalmente a ligasse.
O casal Harrison Friedrich Holetz e sua esposa Tatiane Beatriz Loth, moram em frente à lombada eletrônica e ficaram muito satisfeitos com a participação da comunidade. Eles lembraram que quando ela funcionava, eles não lembravam de nenhum acidente neste período, além de garantir a segurança na travessia da pista.
Anderson Bublitz, organizador do evento, também ficou muito satisfeito com a participação da comunidade. O Aldo Pahl, um dos ativistas mais envolvidos nos últimos protestos na Vila Itoupava, elogiou muito a iniciativa do Anderson, ao organizar o evento pelo Facebook. Ele lembrou da importância desta forma de comunicação, que não necessita mais de um grande veículo de comunicação para expressar a indignação e opinião sobre um assunto. Ele lembrou da importância das redes sociais e o papel dos blogs.
Os próximos passos
Segundo Aldo, a partir deste novo protesto, a ideia é criar uma comissão para acompanhar uma obra que será proposta pelo DEINFRA, cujo presidente ligou para ele nesta sexta-feira, comunicando que farão um projeto parecido com o do Morro dos Cavalos. A comissão também será responsável pelo acompanhamento jurídico, inclusive alguns advogados se colocaram à disposição para ajudar. Ele lembrou que o estado é co-responsável por estas mortes.
Vale destacar a participação dos alunos do Colégio Estadual Pedro Cristiano Feddersen, que vieram dar corpo aos manifestantes. O importante é montar esta comissão e uma agenda de ações para serem cobradas das autoridades, além de utilizar todas as formas jurídicas possível.
Seguem todas as fotos do protesto. Elas trocam automaticamente, mas no canto esquerdo e direito tem setas para adiantar ou atrasar a passagem delas.
Fotos: Daniela Hein, Marlise C. Jensen e Claus Jensen