Fotos: Josiane Longhi | Entrevista: Marlise C. Jensen | Texto: Claus Jensen
Na manhã desta quinta-feira (5/5/16), aconteceu o lançamento da 15ª Semana de Valorização da Vida. A imprensa foi convidada para um café, que contou com a presença de vários voluntários. Entre às 7h30min e 10h, eles ficaram a disposição para explicar a programação da semana e detalhes do funcionamento do CVV. O prédio fica localizado na Rua Profº Luís Schwartz, nº 169, bairro da Velha.
O trabalho consiste em auxiliar pessoas que passam por momentos difíceis na vida através de contato telefônico, e-mail e até cartas. Entrevistamos o Coordenador do Posto de Blumenau, Nisael dos Santos.
OBlumenauense: Como será a programação desta 15ª Semana de Valorização da Vida do CVV?
Nisael dos Santos: Hoje é o lançamento e os eventos começam na próxima segunda-feira, dia 9 de maio, quando às 19h30min teremos a abertura solene no auditório de Arquitetura e Urbanismo da Furb, na Rua São Paulo. Em seguida acontece o debate “Prevenção do suicídio na valorização da vida” que será mediado por Robert Gellert Paris Júnior, presidente do centro de valorização da vida e outros convidados. Entre eles, o Dr. Álvaro Luiz Aguiar, a Alessandra Souza do Crescer e o Renan de Souza, que é médico do SAMU. O evento é aberto ao público e todos estão convidados a participar.
Na terça-feira (10) nós vamos projetar um filme às 14h no Cine Ser CVV, depois conversaremos sobre sua história. O evento será no SESC na Rua Amadeu da Luz e também é aberto para quem quiser participar. A programação segue na quarta-feira (11), com uma palestra às 19h30min no prédio da AMPE, na Rua Humberto de Campos, próximo da Vila Germânica. O tema é a depressão, com a especialista Drª Clarice Helena Couto.
Na quinta-feira (12) nós teremos um encontro com várias entidades convidadas, aqui no CVV, às 19h30min. Se alguma quiser participar, pode entrar em contato pelo telefone 141. Um encontro no Bar do Alemão, na sexta-feira (13), marcará o encerramento da semana da Valorização da Vida, com a presença do cantor e compositor Luiz Vicentini. O evento é gratuito e aberto ao público.
OBlumenauense: Quantas ligações o CVV recebe em média?
Nisael dos Santos: No Brasil o CVV existe há 54 anos e em Blumenau, há 30. Em todo país, temos uma média de mais de 1 milhão de atendimentos por ano. Em Blumenau, são cerca de 1.200 mensais. Nós disponibilizamos vários tipos de atendimentos, seja por telefone através dos números 141 e 3329-4111 (24h); ou pode ser por chat, e-mail e até por carta. Entrando no site cvv.org.br, temos todas as informações para quem quiser entrar em contato conosco.
OBlumenauense: Quais são os maiores problemas relatados nestes atendimentos?
Nisael dos Santos: A maior dificuldade que nós enfrentamos são as perdas no nosso dia-a-dia. Quantas vezes acontecem coisas comigo e eu não consigo falar com quem está próximo, com medo de que isso possa se voltar contra mim? O CVV garante sigilo e anonimato. Se você sente alguma angústia e não sabe porque? Então as pessoas ligam para conversar e compartilhar isso com alguém, sem ninguém ficar sabendo. Não temos bina, nem relatório e a pessoa não precisa dizer nome ou se identificar. Apenas ligar, falar e desabafar. Esse é o objetivo.
OBlumenauense: É comum as pessoas virem aqui agradecer por algum problema resolvido?
Nisael dos Santos: Não é comum isso acontecer. O CVV realiza muitas palestras em empresas, como na semana do CIPAC e em vários outros locais. Às vezes tem os depoimentos espontâneos na platéia, agradecendo por ter usado o serviço do CVV, e estarmos ali para fazê-lo voltar a acreditar que a vida vale a pena. Ele dá esse testemunho, em público, sem ninguém pedir. Às vezes no final do ano ou em datas comemorativas, quando começamos a lembrar de nossas vivências, também acontece de agradecem o nosso trabalho.
OBlumenauense: Quantos voluntários trabalham aqui e como a pessoa pode ser um?
Nisael dos Santos: No Brasil temos em média 2.200 voluntários e em Blumenau são 40. Quem quiser ser um, pode se cadastrar através do site ou no 3329-4111, deixando seu nome e telefone. Quando tiver um curso, como o que acontece agora em agosto, nós podemos avisar a pessoa interessada. Ele é gratuito e não obriga ninguém a ser voluntário. Quem quiser pode fazer e ser um voluntário, caso se identifique com a proposta do CVV.
OBlumenauense: Quais os casos que mais lhe marcaram?
Nisael dos Santos: Posso falar somente do meu plantão. Uma pessoa me pediu ajuda através do CVV e nós fomos atrás do atendimento que ela precisava, feito através do SAMU. Os profissionais do SAMU nos disseram depois que ela ficou muito agradecida, por termos resolvido a situação.