A crise que assombra os hospitais filantrópicos voltou ao debate na sessão desta quarta-feira (6/4/16) da Assembleia Legislativa. “Os hospitais filantrópicos atendem 70% da rede SUS com custo dez vezes menor que o setor público, mas a situação é grave e estão recorrendo ao ‘cheque ouro’ para pagar a conta e não veem mais como se livrar das dívidas. Parte do patrimônio já foi comido pelos juros cobrados, a situação é grave”, descreveu Doutor Vicente Caropreso (PSDB), que não descartou a hipótese de fechamentos de hospitais. “Para onde irão os pacientes?”, especulou o deputado.
Diante da gravidade da situação, o representante de Jaraguá do Sul chamou o Executivo à responsabilidade. “Oferecemos melhores condições de governabilidade, cortamos despesas em inúmeros setores, o governador que apele ao BNDES, já que defende a presidente Dilma, para atender os hospitais, pois o Badesc jura que não tem linha (de crédito) para atender”, disparou Caropreso.
O parlamentar avisou que os hospitais aguardam do BNDES o mesmo tratamento que o banco oferece aos agricultores. “Queremos juros iguais aos da agricultura, é o mínimo para os hospitais poderem respirar e repassarem lucros para o BNDES”, ironizou Caropreso. Serafim Venzon (PSDB) concordou com o colega e fez um alerta. “Os governos municipais, estadual e federal não têm nenhum compromisso com os hospitais filantrópicos, se ficarem sem recurso não vão pagar, vão cortar aonde é possível e justamente na saúde vai haver o corte que mais a sociedade vai sentir”, lamentou Venzon.
Ana Paula Lima (PT) responsabilizou o secretário João Paulo Kleinubing pelos problemas da saúde em Santa Catarina. “Foi nomeado para ser o grande gestor, o grande planejador, era o homem que ia resolver o problema da saúde, quem não conhecia até comprava essas informações dadas por diversos jornais. Foi um grande engano, não gestou nada. A grande maioria dos hospitais filantrópicos só recebeu promessa, dinheiro que é bom, nada”, criticou Ana Paula.
Texto: Vítor Santos | AGÊNCIA AL