Cobertura: João Paulo Taumaturgo
O sol foi um tapete amarelo estendido aos blumenauenses que queriam aproveitar e curtir sua cidade. Os que foram ao centro, tinham uma excelente opção que misturava compras, lazer, entretenimento, cultura e arte. As ruas Marechal Floriano Peixoto e Curt Hering tinham estandes vendendo de tudo na Feirinha da Servidão Wollstein, que aos poucos se consolida como um evento que ocorre todo segundo domingo do mês. São vendidos livros, CDs, vinis, roupas, artesanato, alimentos, entre outras atrações. O João Paulo Taumaturgo passou por lá pelas 15h30min, meia hora depois que o evento iniciou.
Pedimos a opinião de uma das expositoras, Ana Carolina Darugna, sobre o que achava da Feirinha da servidão. “Eu acho uma iniciativa muito legal, que não deveria acontecer somente uma vez por mês. Deveria ser todo final de semana para movimentar a cidade. Público tem, já que a população em geral gosta. A movimentação na minha barraca é muito boa, mesmo nos dias que chove, porque depois que o tempo melhora, as pessoas vem aqui prestigiar.” – completa.
Daniel Michalack , tem uma barraca com a marca Duckbill Clothing. Segundo o empreendedor, ele teve a ideia de fazer uma marca de camisetas com o objetivo de fazer produtos de qualidade a preço acessível, coisa que ele buscava em Blumenau e não encontrava. “A feirinha foi um ponto onde achei um público que eu procurava e tem um formato bem bacana atingí-lo”, comenta.
O projeto nasceu em 2003 com os jornalistas Giovanni Ramos e Leo Laps, o artista Jean Errado e o proprietário do Butiquin Wollstein, que disponibilizou a servidão no local onde tem seu estabelecimento. Nessa edição eles tiveram a parceria de Júlia Lyra e Guilherme Weissheimer.
Para Giovanni Ramos, a Feirinha da Servidão Wollstein representa a avalização de um projeto que surgiu meio por acaso, mas que tinha por principal finalidade trazer uma opção de lazer e cultura aos domingos. Segundo o jornalista, hoje a feira é mais um dos movimentos da sociedade entre os vários, como o Colmeia, Minha Praça, que dão à cidade mais lazer, entretenimento e vida.
Conversamos também com Leo Laps, jornalista de cultura do Santa, que nos concedeu a seguinte entrevista, conduzida por João Paulo Taumaturgo.
OBlumenauense: Como surgiu a ideia da Feirinha da Servidão Wollstein; e qual a sua opinião sobre o atual momento dela como um evento importante de Blumenau?
Leo Laps: Nós lançamos a primeira feirinha em dezembro de 2013 e convidamos alguns amigos, além de 17 “feirantes” já com música rolando. Tivemos um público de 800 pessoas. O objetivo era promover alguma coisa no domingo à cidade. É um panorama bem diferente do que é hoje, onde surgiram várias iniciativas como o festival de Food Truck, o Parque Ramiro Ruediger começou a ser usado para eventos, o Rock na Rua, além de vários movimentos de tomada da rua, etc… Era isso mesmo que nós queríamos.
Só não imaginávamos que iria crescer tão rápido e tomar toda a rua. Claro, era um plano que eu tinha e lembro que quando conversei com os outros sobre fazer um evento desse tipo, eu tinha em mente a Rua Curt Hering inteira. Mas do jeito que está, junto com a Rua Marechal Floriano Peixoto, é perfeito. Acho que o ideal é manter assim por um tempo, não crescer demais, ir aos poucos, passo a passo.
Mas se tiver pressão para atender mais público e feirantes, teremos que aumentar. Temos o Largo da Ordem de Curitiba/PR e a feira de Porto Alegre/RS como benchmarking. Também foram eventos que começaram com a iniciativa civil, até o momento em que a prefeitura assumiu, com todas as suas vantagens e desvantagens. Talvez isso possa acontecer um dia aqui também.
Nós fazemos isso de forma voluntária. Às vezes até pegamos R$ 50 da renda do evento cada um, para comer e beber algumas coisas. Mas o resto guardamos para emergências, pagar as bandas, investir, comprar gazebo (tenda), etc…
OBlumenauense: E é isso também que os expositores pagam a título de contribuição?
Leo Laps: Sim, para pegar as mesas e manter. É meio como se fosse uma associação,
OBlumenauense: A marca já está bem consolidada no público blumenauense, qual a expectativa para os próximos eventos?
Leo Laps: Em Curitiba/PR já é uma feira semanal, todo domingo ela acontece no Largo da Ordem. Eu não sei se Blumenau tem público para funcionar todo final de semana. Quem sabe, mas por enquanto não é nosso objetivo. Uma vez por mês já está bem legal e dá bastante trabalho. Ninguém de nós tem isso como um negócio, eu o considero como voluntarismo para a cidade. Antes eu era voluntário da ABC Ciclovias, mas eu larguei quando surgiu a ideia da feirinha.
Estou fazendo uma coisa que é para comunidade e vou focar nisso. Porque senão não tenho tempo para as coisas da minha vida pessoal. Quem está desde o começo conosco conhece nosso trabalho, mas tem gente nova que critica, por desconhecer que o evento não é um negócio como o Food Truck Festival. Até tentamos no começo, mas percebemos que não valia a pena, por isso fazemos na raça e vontade para ver acontecer todo mês.