No dia 3 de setembro, às 15h, o professor Antonio Corradi, da Universidade de Bolonha, fará palestra sobre possibilidades de cooperação internacional com universidades catarinenses, na Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina). A Unibo já tem convênio de cooperação com a Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina), e o professor será recebido por membros LabGES (Laboratório de Tecnologias de Gestão do Mestrado Profissional em Administração) em um projeto de mobilidade acadêmica.
Um exemplo da parceria entre as duas universidades foi o estágio pós-doutoral do professor Carlos De Rolt no Disi (Departamento de Informática, Ciência e Engenharia) da Unibo, com o apoio da Udesc e da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Lá, ele teve contato com o projeto ParticipACT, desenvolvido e implantado por Corradi. “Visando pôr em prática o conceito deSmartCity, o projeto implantou um sistema de crowdsensing para viabilizar a participação popular no estudo dos problemas urbanos”, explica De Rolt. Nesse sistema, as pessoas enviam dados de maneira voluntária por meio de sensores presentes em seus smartphones.
O ParticipACT italiano inspirou De Rolt a criar o PartipACT Brasil na Udesc, que teve início em março de 2015 e deve ter sua primeira fase finalizada em três anos. A experiência presenciada na Itália será aproveitada, e a plataforma de software será adaptada para a região da Grande Florianópolis. “Além do sistema de crowdsensing vamos desenvolver um bigdata para armazenar sistematicamente dados oriundos de bases públicas, para que se possa realizar correlação com os dados obtidos via sensoreamento”, detalha o professor. A ideia é extrair conhecimento sobre os problemas urbanos para dar suporte às decisões na gestão.
Como funciona
Os voluntários vão enviar seus dados por meio de um aplicativo em seus celulares, que precisará ser disseminado e captará informações dos diversos sensores. De Rolt diz que o LabGES, da Esag (Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas da Udesc), está estudando modelos de incentivo à participação e de gestão de comunidades virtuais. A intenção é criar campanhas para coletar dados de vários problemas urbanos, e a primeira delas deve ser sobre mobilidade. Os pesquisadores vão registrar a movimentação dos colaboradores durante 24 horas, em determinados períodos e locais. A campanha está prevista para o fim de 2016.
O grupo adotará um sistema de gestão e políticas de privacidade que deverão ser respeitadas na coleta das informações. Os dados irão compor o bigdata, junto com bases obtidas em entidades conveniadas e serão utilizados por pesquisadores do programa de pós-graduação da Esag e qualquer pessoa interessada, adotando o conceito de dados abertos. “Desenvolveremos um portal para acesso aos estudos gerados e que disponibilizará ferramentas de análise para todos aqueles que se habilitarem”, diz De Rolt.
A Fapesc está auxiliando o LabGes com a realização do Workshop ParticipACT Brasil: Tecnologias inovadoras na gestão da cidade inteligente, por meio da chamada Proeventos. O workshop reunirá cientistas e entidades que podem contribuir com o desenvolvimento dos sistemas e acesso a bases de dados. “No âmbito desta parceria já apresentamos um projeto para concorrer a uma chamada do H2020 na comunidade europeia, formando uma rede de pesquisadores brasileiros e europeus na área de bigdata, cloud e segurança da informação”, relata De Rolt. O evento acontecerá no dia 1º de setembro, no auditório da Acate (Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia).
via Fapesc